A juíza Michelini de Oliveira Dantas Jatobá, da Vara de Entorpecentes da Capital, decretou a prisão preventiva de 33 investigados, acusados de pertencerem a uma organização criminosa envolvida com tráfico ilícito de drogas, associação para o tráfico e crimes contra vida, em João Pessoa e municípios vizinhos. A magistrada fundamentou os pedidos na garantia da ordem pública, de aplicação da Lei Penal e por conveniência da instrução criminal. Quanto aos que já se encontram recolhidos em penitenciárias, apenas não precisarão ser apresentados para audiência de custódia.
O decreto faz parte da Operação Hidra da Polícia Civil, cuja ação conjunta aconteceu, nessa terça-feira (4), em 15 unidades da federação. Na Paraíba, ela foi deflagrada pela Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE/JP), em parceira com oito Promotorias Criminais de João Pessoa, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, Poder Judiciário, através da Vara de Entorpecentes da Capital, e Secretaria de Administração Penitenciária.
Foram cumpridos 19 Mandados de Prisão Preventiva, dos quais 11 investigados se encontravam soltos e oito, presos em unidades prisionais do Estado.
Decisão
A magistrada também deferiu o pedido feito pela autoridade policial de busca e apreensão em alguns endereços residenciais, bem como em cela do presídio PB 1. A medida visa reunir elementos probatórios acerca dos crimes investigados, ou, ao menos, impedir a continuidade da conduta, por haver suspeitas de que os locais indicados possam servir de depósito de drogas, conter documentos comprobatórios da movimentação financeira do grupo, com comprovantes de depósitos, registros contábeis e aparelhos celulares usados para as transações.
Na decisão, a juíza decretou, ainda, o afastamento do sigilo dos dados contidos em mídias digitais que venham a ser, eventualmente, apreendidas, como celulares, pendrives, Hds, notebooks, CPUs, entre outras. E deferiu o pedido de afastamento do sigilo bancário de duas investigadas.
Para a juíza, a forma de organização do grupo demonstra a altíssima periculosidade que ele possui, pois é formado e comandado por criminosos que, além de já possuírem condenações anteriores, se encontram, boa parte, recolhidos em estabelecimentos prisionais, mesmo assim continuam a engendrar e arquitetar ações narcotraficantes, transformando as paredes das prisões em verdadeiros escritórios do crime. Michelini afirmou que estes elementos demonstram a necessidade da segregação cautelar de todos os que compõem a organização.
Por Paraíba Master.