A Boeing vai pagar US$ 4,2 bilhões para ficar com 80% da nova empresa que resultará da união entre a companhia americana e a fabricante brasileiras de aviões Embraer. O valor representa um acréscimo de 10% em relação à cifra que havia sido acertada em julho, quando as duas empresas anunciaram o negócio.
As ações da companhia brasileira subiam mais de 7%¨após o anúncio. De acordo com comunicado das duas empresas, também será criada uma joint-venture para a produção e comercialização de um único produto militar que ficará fora do escopo da empresa que sobrará do fatiamento do Embraer, o cargueiro militar Multimissão KC-390.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro(PSL), já indicou ser a favor do negócio, que poderá ser assinado já sob sua gestão, em janeiro. Segundo as empresas, se tudo correr dentro do previsto, a concretização do acordo ocorrerá em 2019. Durante a campanha eleitoral, havia o temor por parte dos envolvidos de que o clima nacionalista da disputa prejudicasse o acerto, em especial porque candidatos como Ciro Gomes(PDT) haviam se colocado contra ele, reproduzindo o discurso associado ao sindicalismo à esquerda de perda de patrimônio intelectual público.
A “velha” Embraer buscará sua sobrevivência na venda de produtos de defesa (15% de sua receita líquida no terceiro trimestre deste ano), aviação executiva (cerca de 15%) e serviços (20%). Além disso, receberá recursos proporcionais à sua participação nas “nova” Embraer e na joint-venture do KC-390. Ela também manterá a gerência de projetos estratégicos em curso, como a parceria para a montagem dos novos caças da FAB, os suecos Gripen, e participação em programas como o do submarino nuclear brasileiro.
POR: PARAÍBA MASTER