Uma semana após o anúncio feito por Donald Trump de que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, morreu durante uma operação de forças dos Estados Unidos no noroeste da Síria, já é possível afirmar: é improvável que o presidente americano tire proveito do episódio em termos de popularidade ou aprovação entre os eleitores.
Fora as críticas recebidas por revelar, em público, detalhes sensíveis sobre uma missão secreta, o presidente foi recriminado pela tentativa de “inflar” a importância de al-Baghdadi diante dos americanos, conforme explica Sidney Ferreira Leite, especialista em Relações Internacionais e coordenador da Pós-Graduação da Unisa (Universidade de Santo Amaro).
“De alguma forma, Trump buscou reeditar o anúncio feito por Barack Obama sobre a morte de Osama bin Laden. Só que a relação entre esses dois líderes islâmicos é bem desproporcional: bin Laden era o grande vilão dos americanos após os atentados do 11 de setembro. Al-Baghdadi, embora tenha chefiado um grupo terrorista muito poderoso, com grande exército e território, definitivamente não tem a mesma projeção simbólica”, diz o professor.
Historicamente, os presidentes dos Estados Unidos observam variações relevantes em seus índices de aprovação após eventos importantes no campo da política externa.
“Isso acontece desde a 2ª Guerra Mundial, quando a atuação das tropas americanas foi tida como um fator determinante para que Franklin Roosevelt fosse reeleito várias vezes”, aponta Leite. Roosevelt esteve à frente da Casa Branca entre 1933 e 1945.
Com R7