Em entrevista à DW, Ciro Gomes afirma que Bolsonaro lidera uma “equipe de idiotas” e que não conseguirá terminar o mandato. Para ele, Congresso vem tendo papel importante de contenção perante presidente “irresponsável”. Ciro diz não acreditar que Jair Bolsonaro consiga terminar o mandato. A avaliação dele se baseia em uma combinação de fatores: o histórico pós-redemocratização, o perfil heterogêneo dos grupos que compõem o governo e características pessoais do presidente.
Para o pedetista, ministro nos governos Itamar Franco e Lula e candidato a presidente em 2018, Bolsonaro é um desastre, sem preparo para lidar com as dificuldades do ato de governar em si, sobretudo no Brasil, e em meio a uma severa crise econômica. Em entrevista à DW, Ciro faz um balanço da democracia brasileira após o primeiro ano do novo governo, avalia o cenário econômico e volta a apontar o “lulopetismo” como responsável pela ascensão de Bolsonaro.
“Ainda não é razoável dizer que Bolsonaro transgrediu o rito da institucionalidade democrática. Mas a qualidade da democracia brasileira tem se deteriorado muito”, afirma.
“Na nossa história moderna, só três presidentes terminaram o mandato: Fernando Henrique, Lula e Juscelino Kubitschek. Os três passaram por mal bocados e tentativas de golpe só para manter a regra, mas conseguiram escapar. A segunda razão é o desastre que é o Bolsonaro, pessoalmente, sem o mínimo preparo para arbitrar as gravíssimas contradições do ato de governar em si, sobretudo no Brasil, no epicentro da pior crise econômica da nossa história.”
“Ele loteou o governo entre o grupo do Paulo Guedes, que tem uma racionalidade estúpida, mas dá para conversar; um núcleo de militares, cada vez mais degradada com a saída dos melhores nomes, e esse núcleo de lunáticos que controla coisas importantes, como as relações exteriores, a política de direitos humanos e a educação, para ficar com três exemplos de onde está sediada a tragédia mais grave do governo Bolsonaro. Temos esse encontro da pior crise econômica da nossa história e a incapacidade absoluta do Bolsonaro de compreender os problemas e mediar os conflitos e soluções com um governo completamente heterogêneo. Não vejo como isso possa terminar.”
Por Paraíba Master com Terra