Há quase um ano e meio no cargo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), consolida-se para o Palácio do Planalto como o fiel da balança na relação entre governo e Congresso. O senador evita reagir e criticar Jair Bolsonaro (sem partido) quando o presidente da República é alvo da artilharia dos parlamentares.
Alcolumbre também tem falado constantemente com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, outros ministros da corte e ex-presidentes da República. Por trás da tentativa de se pintar como moderador, está, segundo aliados, o projeto do senador de se reeleger na presidência da Casa. Com isso, Alcolumbre tenta se fincar como a opção de Bolsonaro.
Em outra frente, ele busca a simpatia de ministros do STF que possivelmente teriam de analisar questionamentos ao dispositivo do qual Alcolumbre lançaria mão para conseguir se manter no cargo – o objetivo do senador é mostrar aos magistrados que ele é peça fundamental para manter o equilíbrio entre os Poderes.
O apoio do STF pode ser determinante para Alcolumbre, já que caberá a eles julgar questionamentos à sua eventual tentativa de permanecer no comando do Senado.
A Constituição veda a reeleição na mesma legislatura. Mas Alcolumbre trabalha com três opções para alcançar seu objetivo.
A mais segura, na avaliação de técnicos do Senado e aliados de Alcolumbre, é a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que promova uma mudança na Carta para permitir a reeleição numa mesma legislatura. A alteração beneficiaria também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Por isso, parlamentares avaliam que dificilmente a emenda seria aprovada.
Por Paraíba Master