O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou nesta quinta-feira (11) de sessão no Senado, para prestar informações sobre a campanha de vacinação contra a covid-19 e as ações do ministério no enfrentamento à pandemia.
Pazuello foi sabatinado pelos senadores sobre a atuação do Ministério da Saúde e, em uma das falas, disse que não foi avisado sobre o colapso no fornecimento de oxigênio aos hospitais de Manaus, no Amazonas.
“Os fatos relatados, puros e secos, indicam deficiência na gestão dos hospitais por dificuldades técnicas em redes de gases. Em momento algum fala-se sobre falta de oxigênio, colapso de oxigênio ou previsão de falta de oxigênio. Rede de gases são os tubos, e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é regulação entre um e outro. O Ministério da Saúde não tem qualquer competência para fabricação, transporte e distribuição e oxigênio”, disse.
No entanto, a fala do ministro contradiz o entendimento da Advocacia-Geral da União, que encaminhou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) atestando que a pasta foi, sim, informada, por meio de e-mails enviados pela empresa fabricante, sobre a “crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus”.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) rebateu o ministro e disse que teria lhe alertado sobre a grave situação que se instalaria no estado amazonense.
“Não é possível dizer que a falta de oxigênio no Amazonas foi em função de falta de pressão entre redes inexistentes. Isso não é verdade. A capacidade de geração de oxigênio no meu estado é em torno de 30 mil toneladas, e o consumo explodiu para 70 mil toneladas,” contestou o senador, se referindo à justificativa de Pazuello.
“Eu estive com Vossa Excelência, no seu gabinete, em dezembro. Eu já dizia que nós iríamos enfrentar uma onda no Amazonas muito grave. Sugeri, inclusive, que assumisse uma unidade hospitalar no Amazonas, diante da comprovação da ineficiência do governo do meu estado. Eu dizia a Vossa Excelência que, se não tomasse providências para assumir a execução, não seria executado. Isso nós já sabíamos quando da primeira onda”, disse Braga.
O ministro ouviu reclamações de vários senadores, que acusaram o governo federal de “negacionista” e “genocida” diante da maior pandemia que o mundo já viveu.
Eduardo Pazuello disse ainda que até dezembro de 2021 imunizará 100% da população “vacinável”, mas não deu detalhes sobre quem seria esse público.
Por Paraíba Master