Sedentarismo, dificuldades sociais e distúrbios do sono estão entre os riscos do uso excessivo de telas na infância
A utilização prolongada de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes tem gerado preocupações crescentes entre especialistas da área médica, especialmente no campo da neuropediatria. Um estudo da Data Reportal aponta que o Brasil é o segundo país do mundo em horas gastas navegando na internet, com cerca de 90% das crianças e adolescentes brasileiros conectados. Entre eles, 95% utilizam o smartphone como principal dispositivo para acessar aplicativos e sites.
De acordo com o neuropediatra André Felício, coordenador do curso de Pós-graduação em Neurologia e Neuropediatria da Afya Educação Médica da Paraíba, o impacto dessas tecnologias vai além do simples entretenimento. “Esse uso excessivo pode impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Crianças expostas a mais de uma hora meia diariamente aos 2 anos apresentam habilidades linguísticas e educacionais abaixo da média, além de apresentar problemas de relacionamento com os pares”, orienta o especialista.
André também ressalta que a interação social, essencial para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades emocionais, é frequentemente substituída pelo uso de aparelhos eletrônicos. “Menores que passam muitas horas conectados podem ter dificuldades na comunicação verbal e no reconhecimento de emoções, o que pode comprometer futuras interações sociais”, alerta o médico.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças menores de dois anos não sejam expostas a telas. Para aquelas entre 2 e 5 anos, o uso deve ser limitado a uma hora por dia. Já para crianças de 6 a 10 anos, o tempo de exposição não deve ultrapassar duas horas diárias. Essas diretrizes são respaldadas por instituições internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Efeitos negativos no sono e na saúde mental
O uso excessivo de eletrônicos na infância impacta tanto a saúde física quanto o bem-estar emocional das crianças. “O sedentarismo associado ao tempo prolongado diante de dispositivos contribui para o aumento da obesidade infantil, elevando o risco de apneia do sono e outros distúrbios, como sonhos vívidos e pesadelos frequentes. Além disso, a exposição excessiva está ligada a problemas comportamentais, incluindo depressão, ansiedade e TDAH”, destaca o neuropediatra.
O exagero também pode causar dores na coluna e no pescoço, devido ao uso contínuo de celulares e tablets em posturas inadequadas. A luz azul emitida por esses aparelhos está associada à fadiga ocular, dificultando o foco, causando desconforto visual e prejudicando ainda mais a qualidade do sono.Como reduzir o tempo de telas?
Para ajudar os pais a controlarem o uso de eletrônicos, André Felício sugere algumas estratégias:
1) Crie momentos sem tecnologia: Promova refeições e momentos de lazer sem o uso de celulares, tablets e TVs.
2) Estimule brincadeiras ao ar livre: Incentive atividades físicas e interação com outras crianças.
3) Dê o exemplo: Reduza seu próprio tempo de tela para servir de modelo para os filhos.
4) Ofereça alternativas interessantes: Proporcione livros, jogos de tabuleiro e artesanato como opções de entretenimento.
5) Crie uma rotina equilibrada: Estabeleça horários regulares para atividades como estudos, brincadeiras e descanso.
Capacitação para profissionais da saúde
Para auxiliar profissionais da área médica a entenderem e tratarem melhor esses desafios, a Afya Educação Médica oferece o curso de Neuropediatria, focado na atualização sobre o diagnóstico e tratamento de patologias neurológicas da infância e adolescência. O programa abrange o exame físico neurológico e os principais exames complementares, capacitando especialistas para lidar com os impactos das telas no desenvolvimento infantil.
Sobre a Afya Educação Médica – A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
Paraíba Master com informações da Assessoria