Ateliers Varan: Governo comemora retomada de parceria com associação francesa de cinema direto

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A delegação paraibana que está em Paris participando de atividades ligadas à Temporada Brasil-França 2025 visitou, na manhã desta sexta-feira (23), o Ateliers Varan, uma associação francesa especializada em cinema direto que está recebendo cinco realizadores do audiovisual paraibano para uma residência e uma imersão de oito semanas na instituição.
Os paraibanos Mariana Silveira, Bruno Araújo, Caetano Moura, Mayara Valentim e Mikaeli Ferreira foram os selecionados em um edital público lançado este ano e repetem assim uma experiência que aconteceu pela primeira vez na década de 1980, quando um grupo pioneiro de cineastas paraibanos realizou o mesmo tipo de curso.
Pedro Santos, secretário de Estado da Cultura da Paraíba e um dos responsáveis pela parceria com a instituição de cinema francês, comemorou as conexões que são criadas a partir desses intercâmbios e também o fato de que o envio de paraibanos para cursos no Ateliers Varan volte a acontecer tantos anos depois.

“Aquela experiência dos anos 1980 deixou sementes que são rememoradas agora, quando novos realizadores do cinema paraibano são enviados para realizar essa imersão em cinema direto”, destacou o gestor.
Ele lembrou que os cinco paraibanos enviados para a França neste ano foram selecionados por alguns dos cineastas que passaram pelo mesmo curso no passado, a exemplo de Bertrand Lira, Marcus Vilar e Torquato Joel, nomes inclusive que com o passar do tempo se consagraram em suas áreas de atuação. “Para nós, é muito simbólico esse momento. Dar continuidade a um projeto iniciado 40 anos atrás”, pontuou.
Por sinal, o cineasta Bertrand Lira viajou para a França junto com a delegação paraibana para fazer a visita ao Ateliers Varan, retornando assim a um local que foi tão importante em sua formação profissional enquanto cineasta. “Eu queria vivenciar de novo esta emoção. Sentir com eles este momento”, frisou. “É muito sintomático que Pedro Santos tenha retomado essa parceria, já que foi o seu avô, o maestro Pedro Santos, quem a criou na década de 1980”, completou.
No papo que se travou na escola francesa de cinema, alguns dos jovens cineastas paraibanos falaram de suas experiências durante o curso, que segue até junho. Para Caetano Moura, por exemplo, que saiu do município de Poço de José de Moura, no Sertão da Paraíba, e que pela primeira vez na vida viaja para fora do Brasil, o desafio é conectar tudo o que vem aprendendo de técnicas cinematográficas com a sua própria história de vida. “Eu quero levar toda essa bagagem e proporcionar mudanças em nossos territórios”, pontuou.
Já Mayara Valentim destacou a “abordagem completamente diferente” que o curso do Ateliers Varan oferece e as oportunidades que isso cria para o seu modo de fazer cinema. “A gente chega aqui e eles já colocam uma câmara na nossa mão. É um desafio muito grande para a gente, mas tem sido uma experiência extremamente rica. São desafios técnicos que enriquecem e fortalecem o meu olhar para o cinema”, comemorou.
Empolgada com a experiência, Mikaeli Santos arremata: “Daqui a quarenta anos, não me vejo fazendo outra coisa que não seja cinema. Quero criar oportunidades para as pessoas do futuro. E que elas tenham a mesma oportunidade que eu tive com esse intercâmbio”.
Por Paraíba Master com informações do Governo da Paraíba.