13 de junho de 2025
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Hugo Motta critica medidas de Haddad, afirmando que ações não atendem ao projeto político do governo

 Hugo Motta critica medidas de Haddad, afirmando que ações não atendem ao projeto político do governo

Foto: Lula Marques

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Espera-se intenso debate na comissão, com parlamentares preparados para contestar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — especialmente os mais críticos, que rejeitam não só o decreto do IOF, mas também as medidas já anunciadas pelo governo e que devem ser incluídas na medida provisória a ser encaminhada ainda esta semana.

Haddad, por sua vez, deve rebater as críticas reforçando o discurso de combate aos privilégios fiscais, argumentando que todos precisam contribuir para o ajuste fiscal.

Por outro lado, os parlamentares devem pressionar por um esforço concreto de corte de gastos, defendendo que não basta aumentar impostos e criar novas taxações — como a recente sobre títulos — sem uma redução significativa das despesas públicas.

Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta, adotou um tom ainda mais crítico. Apesar de ter acompanhado Haddad no anúncio das medidas alternativas do IOF no último fim de semana, Motta afirmou em evento com empresários que o governo precisa “fazer o dever de casa” e que as ações pré-anunciadas tendem a provocar forte reação negativa no Congresso e no setor privado.

‘Eu já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter uma reação muito ruim, não só dentro do Congresso, como também no empresariado. Nós temos que entender que apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha a trazer aumento de tributos, aumento de impostos, sem o governo apresentar o mínimo dever de casa do ponto de vista do corte de gastos, isso não será bem aceito nem pelo setor produtivo, nem pelo poder legislativo’.

Motta também criticou a demora do governo em debater o tema e afirmou ter sido uma das poucas vozes no Congresso cobrando cortes nos gastos públicos. Segundo ele, já passou da hora de o governo enfrentar o problema das despesas, que, se não forem controladas, podem levar o país a um quadro de ingovernabilidade.

‘O Brasil caminha, se não quiser fazer essa discussão, para a ingovernabilidade completa, para quem quer que venha a ser o presidente da República’.

Além disso, o presidente da Câmara condenou o atual modelo de isenções e benefícios fiscais, que considerou insustentável.
Ele defendeu uma revisão ampla desses benefícios, mas ressaltou que o ajuste fiscal deve ser compartilhado por todos os setores, que precisarão sair da zona de conforto para garantir o equilíbrio das contas públicas.

Por Paraíba Master

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