Trabalhadores da construção civil em João Pessoa anunciam possibilidade de greve a partir de segunda-feira.
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Trabalhadores da construção civil em João Pessoa podem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (16), caso não sejam cumpridas as cláusulas do acordo coletivo firmado em abril deste ano. A decisão sobre a paralisação será definida em assembleia marcada para esta quinta-feira (12), às 18h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada e do Mobiliário de João Pessoa e Região (Sintricom-JP), no bairro do Varadouro.
O acordo, homologado no dia 4 de abril no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), prevê reajuste salarial de 7,51%, melhorias no café da manhã oferecido aos operários — com a inclusão de dois pães, uma fatia de queijo, ovo e café — além do acréscimo de um pacote de fubá e uma lata de sardinha na cesta básica. Para 2026, está prevista a inclusão de uma rapadura entre os itens.
De acordo com o presidente do Sintricom-JP, Francisco Demontier, empresas do setor estão descumprindo o que foi acordado, o que tem gerado forte insatisfação entre os trabalhadores e pode levar à deflagração do movimento grevista. “Descumprir acordo firmado é grave. Negociar com os trabalhadores e depois voltar atrás é vergonhoso. Essa atitude desrespeita milhares de famílias que ajudam a construir João Pessoa como potência imobiliária e turística”, afirmou.
“Nunca vimos algo assim , a representação patronal estava presente na audiência e concordou com tudo. Não há justificativa para o não cumprimento. Estamos falando de um setor que tem lucros altíssimos e que emprega mais de 30 mil trabalhadores na Paraíba. João Pessoa foi a segunda cidade do Nordeste que mais gerou empregos na construção civil em 2024, perdendo apenas para Fortaleza”, criticou a secretária-geral do Sintricom, Jéssica Andrade.
Além de descumprirem o acordo firmado em abril, empresas do setor estariam tentando modificar a atual jornada de trabalho, que vai de segunda a sexta-feira — medida considerada pelas trabalhadores como mais uma quebra dos termos negociados.
Segundo o presidente do Sintricom-JP, Francisco Demontier, várias tentativas de negociação com os empregadores foram feitas, mas não houve qualquer progresso. Ele ressalta que a categoria está frustrada com a falta de compromisso das empresas.
Por Paraíba Master
