19 de junho de 2025
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AIEA: Sem provas de esforço sistemático do Irã para bomba atômica, mas preocupação persiste

 AIEA: Sem provas de esforço sistemático do Irã para bomba atômica, mas preocupação persiste

© Reuters/Leonhard Foeger/Direitos Reservados

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O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, afirmou que os inspetores da agência não encontraram evidências de um esforço sistemático do Irã para desenvolver uma bomba atômica. A declaração foi dada em entrevista na terça-feira (17), e diverge de algumas alegações sobre o programa nuclear iraniano.

Grossi, que lidera o órgão responsável por fiscalizar o programa nuclear iraniano, ponderou sobre o tempo que o país levaria para construir uma bomba nuclear. Ele indicou que “certamente, não era para amanhã” e que “talvez não fosse uma questão de anos”, embora tenha ressaltado o caráter especulativo dessa avaliação. Contudo, o diretor-geral admitiu que a AIEA não pode ter conhecimento de atividades nucleares clandestinas ou ocultas que fujam ao controle dos inspetores.

Repercussão e Relatórios da AIEA

A declaração de Grossi gerou críticas do Irã. Esmaiel Baqaei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, acusou o diretor-geral de manipular resoluções da AIEA e de ter sido usado por Israel e Estados Unidos para justificar ações agressivas contra Teerã. Baqaei afirmou que o relatório da AIEA foi “tendencioso” e serviu de pretexto para uma “guerra de agressão” contra o Irã, prejudicando os signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

Apesar da ausência de provas de um esforço sistemático para a bomba, relatórios da AIEA, segundo apuração da Agência Brasil, têm manifestado preocupação com o enriquecimento de urânio pelo Irã acima do limite de 60%. Para a fabricação de armas nucleares, o urânio precisa ser enriquecido a 90%. Um relatório da AIEA de 31 de maio de 2025 enfatizou que, embora o enriquecimento não seja proibido em si, o fato de o Irã ser o único Estado não-nuclear a produzir e acumular urânio a 60% permanece uma “séria preocupação”. O Irã, por sua vez, reitera que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

na estabilidade do Oriente Médio. O que as próximas inspeções da AIEA e os desenvolvimentos diplomáticos revelarão?

Por Paraíba Master

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