Pré-candidatura de Juliana Cunha Lima à ALPB provoca tensão no grupo político de Campina Grande

Foto: Reprodução/Instagram
A pré-candidatura da primeira-dama de Campina Grande, Juliana Cunha Lima (União Brasil), à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) tem causado desconforto e provocado movimentações estratégicas dentro do grupo político liderado pelo prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), seu esposo.
Segundo informações apuradas pelo PB Agora, o avanço da postulação de Juliana, vista como um nome competitivo para o pleito de 2026, vem sendo observado com cautela por lideranças tradicionais do grupo, como os deputados estaduais Fábio Ramalho, Tovar Correia Lima e Manoel Ludgério, todos filiados ao PSDB.
No caso de Fábio Ramalho, que também ocupa o cargo de secretário na atual gestão municipal, o impacto seria menor. Com base eleitoral sólida e cotado como um dos nomes para disputar a sucessão de Bruno em 2028, a entrada de Juliana no jogo político é vista como uma possível aliada, e não concorrente direta, já que ele tende a preservar sua base para voos mais altos.
Já o deputado estadual Tovar Correia Lima enfrenta um cenário mais delicado. Apesar de ser considerado historicamente um dos quadros mais leais ao ex-governador Cássio Cunha Lima e de ter renunciado por duas vezes à disputa pela Prefeitura de Campina Grande em nome da unidade — em 2020 e novamente em 2024 —, Tovar vê sua posição enfraquecida. Sua reeleição em 2022 foi apertada, com apenas 83 votos a mais que o suplente Manoel Ludgério, e agora enfrenta um novo desafio com a possível candidatura de Juliana, que pode dividir apoios dentro do grupo.
Ludgério, por sua vez, estaria em uma das situações mais desfavoráveis. Fora do parlamento desde a última eleição, ele tenta viabilizar um retorno à ALPB, mas vê essa possibilidade cada vez mais distante diante da multiplicação de pré-candidaturas no próprio bloco político. Nos bastidores, vereadores aliados também demonstram insatisfação e cobram maior articulação para decidir se continuam ou não na disputa.
A movimentação da primeira-dama mexe com as expectativas para 2026 e tem potencial de alterar o equilíbrio de forças dentro do grupo liderado pelos Cunha Lima em Campina Grande. A condução desse novo cenário político, segundo observadores, poderá depender da habilidade de conciliação de nomes como o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), que também abdicou de sua candidatura à prefeitura para favorecer a reeleição de Bruno.
O desfecho dessa disputa interna ainda é incerto, mas promete agitar os bastidores políticos da Rainha da Borborema nos próximos meses.
Por Paraíba Master