10 de julho de 2025
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Alimentos recuam após nove meses de alta, mas energia elétrica mantém inflação pressionada, aponta IBGE

 Alimentos recuam após nove meses de alta, mas energia elétrica mantém inflação pressionada, aponta IBGE

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,24% em junho, marcando o quarto mês consecutivo de desaceleração da inflação no país. A queda nos preços dos alimentos, após nove meses seguidos de alta, foi o principal fator responsável pelo resultado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme noticiado pelo portal Agência Brasil.

Apesar da desaceleração, o IPCA acumulado em 12 meses permanece acima do teto da meta do governo — fixado em 4,5% — e alcançou 5,35%, caracterizando o sexto mês consecutivo de estouro do limite estipulado. Em abril, o indicador chegou ao ponto mais alto do ano, com 5,53% no acumulado anual.

Alimentos recuam, puxados pela safra

O grupo de alimentação e bebidas foi o único a apresentar variação negativa entre os nove analisados pelo IBGE, com queda de 0,18%, impulsionado principalmente pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,43%). Entre os itens que mais contribuíram para o alívio no bolso do consumidor estão o ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%).

De acordo com o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, a maior oferta de produtos agrícolas em função de uma boa safra ajudou a derrubar os preços dos alimentos. Ainda assim, itens como o café continuam em alta: o produto subiu 0,56% em junho e acumula valorização de 77,88% em 12 meses.

Conta de luz lidera pressão sobre o índice

Por outro lado, a energia elétrica foi o item que mais impactou a inflação do mês. O aumento de 2,96% nas tarifas, causado principalmente pela adoção da bandeira vermelha patamar 1 — que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos — gerou um impacto de 0,12 ponto percentual no índice geral.

Além da mudança tarifária, o IBGE também registrou reajustes em capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro. “Se excluíssemos a energia elétrica do cálculo, o IPCA teria ficado em 0,13%”, destacou Gonçalves.

Transportes e outros grupos

O grupo transportes também apresentou alta de 0,27% no mês, puxado pelo aumento de 13,77% no preço do transporte por aplicativo, mesmo com a queda de 0,42% nos combustíveis. Já o vestuário (0,75%), habitação (0,99%) e despesas pessoais (0,23%) também contribuíram para o avanço do índice.

O índice de difusão — que mede o percentual de itens com aumento de preços — ficou em 54% em junho, o menor nível desde julho de 2024.

INPC também desacelera

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), voltado a famílias com renda de até cinco salários mínimos, que fechou junho em 0,23%. O acumulado em 12 meses ficou em 5,18%.

A composição do INPC confere maior peso aos alimentos, que representam 25% do índice, contra 21,86% no IPCA. Por isso, a queda nos preços dos alimentos teve impacto ainda mais significativo para as famílias de menor renda.

Segundo o portal Agência Brasil, o INPC serve como referência para o reajuste de salários em diversas categorias profissionais, além de balizar negociações sindicais e benefícios sociais.

Por Paraíba Master

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