11 de julho de 2025
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Superávit comercial dos EUA com o Brasil salta 500% no 1º semestre após tarifa de Trump, aponta Amcham

 Superávit comercial dos EUA com o Brasil salta 500% no 1º semestre após tarifa de Trump, aponta Amcham

Foto: Reprodução

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O superávit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil atingiu US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre de 2025, registrando um crescimento de quase 500% em comparação ao mesmo período de 2024. Os dados constam em levantamento da Amcham Brasil divulgado nesta sexta-feira (11) e foram destacados pelo portal CNN Brasil.

O avanço ocorre em meio à aplicação de tarifas alfandegárias pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou em abril a taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros, com início marcado para 1º de agosto.

Apesar da tensão nas relações bilaterais, a corrente de comércio entre os dois países cresceu 7,7% no período, totalizando US$ 41,7 bilhões — o segundo maior valor da série histórica. As exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 20 bilhões, alta de 4,4%, acima da média global (-0,6%) e superando o desempenho em relação à China (-7,5%) e à União Europeia (+2,6%). Apenas a Argentina, com +55,4%, teve desempenho superior.

Entre os principais produtos brasileiros enviados aos EUA estão óleos brutos de petróleo, produtos semiacabados de ferro e aço, café, aeronaves, ferro-gusa e derivados de petróleo. O crescimento das exportações industriais ao país norte-americano consolidou os EUA como o principal destino desses bens, com embarques saltando de US$ 14,7 para US$ 16 bilhões.

Por outro lado, as importações brasileiras de produtos americanos cresceram 11,5% no período, chegando a US$ 21,7 bilhões. Itens como motores e máquinas, aeronaves, combustíveis, carvão, medicamentos e inseticidas lideraram as compras.

Mesmo com o crescimento geral nas exportações, a Amcham alerta para os primeiros sinais de retração em setores estratégicos, afetados diretamente pelas tarifas impostas por Trump. Produtos como celulose (-14,9%), máquinas e equipamentos (-23,6%) e autopeças (-5,6%) apresentaram queda nas vendas ao mercado norte-americano.

A nova tarifa, anunciada por Trump em sua rede social Truth Social, foi justificada como resposta ao que chamou de “injustiça comercial” e à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem o republicano é aliado.

Em reação à medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil buscará novos mercados caso os EUA deixem de comprar produtos brasileiros. “A relação comercial com os Estados Unidos não é essencial para a sobrevivência do Brasil”, afirmou Lula em entrevista.

O governo brasileiro estuda adotar medidas de reciprocidade e recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a decisão americana.

Por Paraíba Master

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