11 de julho de 2025
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Tarifa de Trump pode tirar R$ 16 bilhões do Nordeste; impacto na Paraíba é o menor da região

 Tarifa de Trump pode tirar R$ 16 bilhões do Nordeste; impacto na Paraíba é o menor da região

Foto: Reprodução

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A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode causar perdas significativas ao Nordeste, com um prejuízo estimado em até R$ 16 bilhões por ano. A projeção é da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que identificou os estados do Ceará, Bahia e Maranhão como os mais prejudicados, por liderarem as exportações da região para o mercado americano.

A Paraíba, por outro lado, aparece como o estado menos afetado. Em 2025, o volume exportado para os EUA pelo estado foi inferior a R$ 55 milhões — valor modesto frente aos R$ 2,8 bilhões do Ceará. Ainda que algumas empresas possam sentir os reflexos diretos, o impacto na economia paraibana como um todo seria pequeno: menos de 0,2% do PIB estadual, caso todas as exportações fossem suspensas.

Frutas e calçados estão entre os setores mais atingidos

Na Paraíba, os segmentos mais vulneráveis à nova tarifa são o de frutas e sucos, especialmente o suco de uva, com exportações acima de R$ 40 milhões neste ano, e o setor de calçados, com destaque para os modelos com solado de borracha ou plástico, que movimentaram pouco mais de R$ 7,2 milhões. Itens ligados à cana-de-açúcar e pedras ornamentais também devem sofrer impactos.

Sudene orienta diversificação de mercados

José Farias, coordenador de Estudos e Inovação da Sudene, destacou que a principal saída para os produtores será buscar novos destinos comerciais e reforçar a atuação no mercado interno.

“Certamente a questão é procurar novos mercados, que demora um pouco o resultado, o retorno, mas o impacto também não é tão imediato. Se as compras já estão feitas, as pessoas ainda vão fornecer, as indústrias, as empresas ainda vão fornecer para os Estados Unidos. O impacto imediato é mais pesado porque conseguir mercado não é tão simples. Então essa questão do que fazer é voltar para o mercado interno, que foi o caso da crise da gripe aviária que, indiretamente, a redução da venda de frango para o exterior reduziu o preço. Mesmo que momentaneamente do frango no Brasil, porque as exportações passaram a abastecer o mercado interno”, explicou.

Por Paraíba Master

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