18 de julho de 2025
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Em sessão no Senado, Bolsonaro chora, pede orações e diz entregar “missão impossível” a Deus

 Em sessão no Senado, Bolsonaro chora, pede orações e diz entregar “missão impossível” a Deus

Fonte: TV Senado

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, nesta quinta-feira (17), de uma sessão solene no plenário do Senado Federal, onde, emocionado, chorou e pediu orações ao se referir ao momento difícil que atravessa, após ser formalmente acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado. A manifestação ocorre poucos dias após a PGR apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais da Ação Penal 2.668, na qual o ex-presidente figura como réu.

“Acredito em Deus, peço orações a vocês”, disse Bolsonaro, visivelmente emocionado. “Muitas vezes, o óbvio está na sua frente. As pessoas poderosas, algumas desta Casa, precisam se conscientizar do óbvio, que um dia ele vai embora, eles mudam”, afirmou em tom de desabafo.

Durante sua fala, Bolsonaro também retomou um de seus discursos frequentes, ao afirmar que o Brasil tem tudo para ser a “terra prometida do Ocidente”, mas lamentou que “alguns poucos” estariam impedindo o progresso do país. “Vamos acreditar. Cada um fazer a sua parte. Caso essa missão seja impossível, aí, sim, entrego nas mãos de Deus”, concluiu.

Bolsonaro é um dos oito réus da Ação Penal 2.668 que tramita no STF. De acordo com a PGR, o ex-presidente cometeu cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o golpe de Estado não chegou a se consumar por falta de adesão dos altos comandos das Forças Armadas. Ainda assim, Gonet afirma que a tentativa foi articulada pelo então presidente da República e membros do alto escalão de seu governo. “Bolsonaro figura como líder da organização criminosa por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”, afirmou o procurador.

Com a apresentação das alegações finais pela PGR, o próximo passo no processo é a manifestação do delator, o tenente-coronel Mauro Cid, que terá 15 dias para apresentar sua versão dos fatos. De acordo com o Portal Jovem Pan, após isso, os demais réus incluindo Bolsonaro, também terão prazo de 15 dias para se manifestarem.

O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. O recesso do Judiciário não deve interromper o andamento do caso, uma vez que um dos réus, o general Walter Braga Netto, está preso.

Apesar das acusações, Bolsonaro segue afirmando sua inocência e diz ser alvo de perseguição política. Durante seu pronunciamento no Senado, o ex-presidente evitou mencionar diretamente o processo, mas reforçou seu discurso de fé e apelou ao apoio popular por meio da oração.

Por Paraíba Master

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