Alinhamento com Trump preocupa ala política brasileira após anúncio de tarifas contra o Brasil

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O apoio declarado de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro a Donald Trump voltou a gerar tensões nos bastidores de Brasília, especialmente após o anúncio de novas tarifas norte-americanas contra produtos brasileiros. A medida, apresentada por Trump em meio à campanha presidencial nos Estados Unidos, prevê uma tarifa de 50% sobre itens de origem brasileira, com possibilidade de vigência a partir de 1º de agosto. Além disso, o republicano sinalizou o início de uma investigação sobre o sistema de pagamentos Pix.
De acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil, o posicionamento de parlamentares bolsonaristas, que chegaram a hastear bandeiras dos EUA dentro da Câmara dos Deputados, gerou críticas de setores da própria direita, que consideram o gesto inadequado diante das possíveis consequências econômicas para o país.
Nos bastidores, cresce a preocupação com os efeitos diretos das medidas, que podem atingir exportadores brasileiros e colocar em risco milhares de empregos. A atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado interlocução com aliados de Trump e se apresenta como articulador informal junto à Casa Branca, também passou a ser questionada por lideranças do Congresso.
Segundo apuração da CNN Brasil, integrantes do Centrão têm adotado cautela em relação ao tema e evitado associar suas imagens às movimentações lideradas pelo filho do ex-presidente. O argumento de que as sanções econômicas foram adotadas de forma unilateral por Trump, sem articulação com representantes da direita brasileira, começa a perder força entre parlamentares mais moderados.
Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reforçado o discurso em defesa da soberania nacional, o que, de acordo com analistas políticos, tem contribuído para ampliar sua popularidade em segmentos do eleitorado que acompanham com preocupação os desdobramentos do cenário internacional.
Por Paraíba Master