Endividamento das famílias brasileiras volta a crescer e atinge 49% da renda, aponta Banco Central
- 28 de julho de 2025

Foto: Ilustração
O nível de endividamento das famílias brasileiras junto ao sistema financeiro subiu ligeiramente em maio, atingindo 49% da renda acumulada nos últimos 12 meses, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central. Em abril, o percentual estava em 48,9%, já com revisão. O índice está próximo do recorde histórico de 49,9%, registrado em julho de 2022.
Segundo levantamento destacado pelo portal CNN Brasil, quando excluídas as dívidas imobiliárias, o endividamento caiu de 30,8% para 30,7% no mesmo período. No entanto, o comprometimento da renda das famílias com o pagamento das dívidas voltou a subir: passou de 27,4% para 27,8%. Desconsiderando os financiamentos habitacionais, a taxa avançou de 25,2% para 25,7%.
O indicador de comprometimento de renda reflete o quanto do orçamento familiar está sendo direcionado ao pagamento de prestações mensais, revelando a pressão que o crédito exerce sobre o consumo das famílias.
Crédito ao setor não financeiro sobe em junho
Também segundo o Banco Central, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu 0,9% em junho, alcançando R$ 19,3 trilhões — o equivalente a 157,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A métrica abrange empréstimos bancários, além de operações com títulos públicos e privados, fornecendo uma visão abrangente do endividamento de empresas, famílias e do setor público.
Apesar do aumento geral, o crédito destinado às empresas registrou queda de 0,6% no mês, passando a representar 54,1% do PIB.
Os dados reforçam o cenário de alerta sobre a sustentabilidade do endividamento no país, especialmente em um contexto de juros elevados e consumo retraído.