Ministério da Saúde abre consulta pública sobre inclusão da vacina contra meningite tipo B no SUS

O Ministério da Saúde iniciou nesta quinta-feira (31) uma consulta pública para avaliar a possível incorporação da vacina contra o meningococo do sorogrupo B ao Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante já é oferecido na rede privada, mas ainda não faz parte do calendário nacional de vacinação, que atualmente contempla os sorogrupos A, C, W e Y.

A vacina, indicada para prevenir infecções causadas pela bactéria Neisseria meningitidis tipo B — uma das principais responsáveis por casos graves de meningite —, é aplicada em três doses, aos 3, 5 e 12 meses de idade. A proposta de inclusão foi apresentada pela farmacêutica GSK, que produz o imunizante, à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão responsável por analisar e recomendar novas tecnologias para a rede pública de saúde.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana em 2025, com 454 mortes. Entre esses, pelo menos 138 infecções foram atribuídas ao meningococo tipo B, resultando em 21 óbitos. Especialistas alertam para a gravidade da doença, que pode evoluir rapidamente, causando sequelas permanentes — como perda auditiva, amputações e danos neurológicos — ou mesmo a morte.

Apesar da baixa notificação do sorotipo específico em muitos casos, sociedades médicas defendem a adoção da vacina meningo B no calendário do SUS, como medida de prevenção e redução da carga da doença.

O dossiê apresentado à Conitec estima um investimento de R$ 6,1 bilhões em cinco anos com a inclusão da vacina, mas a fabricante argumenta que o custo seria compensado pela redução nas despesas hospitalares e no tratamento das complicações da meningite.

A consulta pública ficará disponível por 20 dias no site da Conitec. Após esse período, as contribuições recebidas da sociedade civil e especialistas serão avaliadas para a elaboração do relatório final, que determinará se a vacina será ou não incorporada ao SUS.