Naufrágio no Parque Solon de Lucena: 50 Anos da Tragédia que Matou 35 Pessoas

Foto: Tv Assembleia/Reprodução
Durante a Semana do Exército, em 24 de agosto de 1975, uma tragédia marcou para sempre a história de João Pessoa. No Parque Solon de Lucena, um naufrágio envolvendo uma balsa militar matou 35 pessoas, sendo a maioria crianças. A embarcação, que fazia parte das atrações da comemoração, afundou repentinamente, deixando a cidade em choque e alterando o ritmo da capital paraibana.
Naquele dia, a balsa M-2, utilizada pelo Exército, estava no último passeio do dia, com mais de 100 pessoas a bordo. Sem coletes salva-vidas e com pouca segurança, a balsa começou a afundar após uma movimentação desordenada de passageiros, segundo relatos de sobreviventes e investigações do inquérito militar. O acidente aconteceu rapidamente, sem tempo para reação, e muitos não conseguiram escapar. Entre os mortos estavam 20 crianças, quatro adolescentes e 11 adultos. O sargento responsável pela embarcação e outros dois militares também morreram.
O pânico tomou conta dos passageiros, e a água entrou rapidamente no barco, que não resistiu. Testemunhas, como o mecânico João Bosco, relatam que a embarcação levantou antes de virar, o que gerou um pânico generalizado. “Eu pulei e comecei a nadar, não deu tempo para pensar”, contou ele, que conseguiu sobreviver ao incidente. Imediatamente, civis e militares correram para salvar os passageiros, mas a tragédia deixou uma ferida profunda na cidade.
O caso gerou uma grande repercussão, e a cidade entrou em luto, com três dias de luto oficial. O desfile do 7 de setembro também foi cancelado, e o caso passou a ser investigado pelo Exército, que alegou que a tragédia foi causada pelo pânico a bordo, e não por falhas técnicas. Entretanto, muitos questionam a falta de segurança e o excesso de pessoas na embarcação. A ausência de coletes salva-vidas e a ausência de uma fiscalização mais rigorosa são questões que, até hoje, geram debate.
Os portais g1 e TV Cabo Branco resgataram essa história ao ouvir sobreviventes e consultar documentos históricos, oferecendo um retrato completo dessa tragédia que impactou a história de João Pessoa e do Brasil. A cidade nunca mais foi a mesma após o acidente, e o Parque Solon de Lucena, um dos maiores cartões-postais da cidade, ficou marcado por essa tragédia.
Em 2025, a tragédia completa 50 anos, e as memórias desse episódio continuam vivas. Algumas famílias que perderam entes queridos na tragédia recorreram à Justiça por décadas, buscando reparação, enquanto o acidente permanece como um lembrete da importância de se garantir segurança em eventos públicos.
Por Paraíba Master