Golpe de Estado: Paulo Sérgio é o único réu presente no início do julgamento no STF

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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento de oito réus acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A sessão ocorre na sala da Primeira Turma da Corte, em Brasília, com transmissão ao vivo pelos canais oficiais do STF.
Entre os denunciados, apenas o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, compareceu presencialmente à audiência. Ao chegar ao tribunal, ele afirmou confiar no Judiciário: “A gente acredita na Justiça e nas provas apresentadas nas nossas alegações finais”.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como principal articulador do plano golpista, optou por não comparecer. Segundo seu advogado, Celso Vilardi, Bolsonaro chegou a considerar estar presente, mas desistiu por motivos de saúde. “Ele não está bem”, justificou o defensor.
Os demais réus — todos ex-integrantes do governo — foram representados por seus advogados. A Procuradoria-Geral da República (PGR), autora da denúncia, é representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, responsável pela sustentação oral da acusação.
Os acusados e os crimes
Fazem parte do chamado “núcleo decisório” da trama golpista os seguintes réus:
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Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
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Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
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Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
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Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
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Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
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Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
A PGR acusa os envolvidos de:
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integrar ou liderar organização criminosa armada;
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tentativa de golpe de Estado;
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atentado contra o Estado Democrático de Direito;
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dano qualificado com uso de violência e grave ameaça;
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deterioração de patrimônio público tombado.
O deputado federal Alexandre Ramagem responde apenas aos três primeiros crimes, devido à prerrogativa de foro garantida pela Constituição para parlamentares em exercício.
Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão, conforme a participação de cada um na execução do plano golpista.
Como será o julgamento
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abriu a sessão com a leitura de um resumo do processo. Em seguida, o procurador-geral Paulo Gonet tem até uma hora — com possibilidade de prorrogação — para apresentar os argumentos da acusação.
Durante a tarde, cada defesa terá até uma hora para apresentar suas alegações. O julgamento prossegue nos próximos dias, com os votos dos ministros da Primeira Turma.
A sessão é pública e pode ser acompanhada pela TV Justiça, Rádio Justiça e pelo canal oficial do STF no YouTube.
Por Paraíba Master