2 de setembro de 2025
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STF inicia nesta terça-feira (02) julgamento histórico de Bolsonaro e militares por tentativa de golpe

 STF inicia nesta terça-feira (02) julgamento histórico de Bolsonaro e militares por tentativa de golpe

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) um julgamento considerado histórico: pela primeira vez, um ex-presidente da República e integrantes das Forças Armadas sentam-se no banco dos réus sob a acusação de tentar subverter a ordem democrática no Brasil.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, é o principal alvo do processo, que pode resultar em uma pena superior a 40 anos de prisão. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta a existência de um núcleo central responsável por planejar e articular uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Além de Bolsonaro, outros sete réus ligados ao suposto esquema começam a ser julgados pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. O julgamento deve se estender até o dia 12 de setembro.

A sessão desta terça tem início às 9h, com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, que deve apresentar um panorama geral do caso, destacando as principais provas e fatos apontados na investigação. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para defender a acusação. Por fim, cada advogado de defesa terá uma hora para se manifestar.

Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar e está monitorado por tornozeleira eletrônica, optou por não comparecer ao julgamento. Na noite anterior, o vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, visitou apoiadores que fazem vigília em frente ao condomínio onde Bolsonaro reside, afirmando que seu pai é vítima de perseguição.

A repercussão internacional do caso também gerou tensões diplomáticas. O julgamento teria provocado reações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estaria utilizando o episódio como justificativa para pressionar com ameaças tarifárias — informação que vem sendo tratada com cautela por fontes diplomáticas.

Na véspera do julgamento, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, rebateu críticas sobre suposta parcialidade da Corte. Sem mencionar diretamente Trump, ele reforçou que o Judiciário brasileiro é independente e não aceitará pressões externas.

Por Paraíba Master

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