6 de setembro de 2025
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Brasil ainda investe pouco em saneamento: Cerca de 50% da população vive sem acesso à coleta e tratamento de esgoto

 Brasil ainda investe pouco em saneamento: Cerca de 50% da população vive sem acesso à coleta e tratamento de esgoto

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

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Cinco anos após a aprovação do Marco Legal do Saneamento, o Brasil ainda convive com números alarmantes: mais de 30 milhões de pessoas seguem sem acesso à água potável, e cerca de 90 milhões não têm coleta e tratamento de esgoto. Embora o investimento médio anual por habitante tenha crescido 56,5% entre 2021 e 2023, chegando a R$ 127 por pessoa, o valor ainda está bem abaixo dos R$ 223 recomendados pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) para atingir a meta de universalização até 2033.

Segundo o Portal Agência Senado, o tema continua em pauta no Congresso, que aprovou neste ano uma proposta para incluir o acesso ao saneamento básico como direito constitucional. O Senado também escolheu o Programa de Saneamento do PPA 2024-2027 como política pública prioritária. Ainda assim, especialistas alertam para a lentidão na execução e a falta de prioridade. A diretora da Agência Nacional de Águas (ANA), Veronica Sanchez, afirmou que o país precisaria de até R$ 900 bilhões para cobrir a demanda, incluindo a expansão de redes e a modernização de estruturas com mais de 60 anos.

As desigualdades regionais agravam o cenário. Enquanto o Sudeste investe R$ 171,49 por habitante, o Norte aplica apenas R$ 66,52, e o Nordeste, R$ 87,21. Além disso, a maior parte da população sem acesso ao saneamento básico é formada por jovens de até 20 anos, autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e com renda familiar de até R$ 2.400. Especialistas defendem que o saneamento seja tratado como questão de saúde pública e motor de desenvolvimento econômico, com prioridade nos repasses federais, segurança regulatória e apoio técnico aos municípios na execução dos projetos.

Por Paraíba Master

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