China acelera corrida naval e preocupa potências ocidentais

A China vem expandindo de forma acelerada seu poderio naval e já possui a maior frota do mundo em número de embarcações. Segundo especialistas ouvidos pela BBC, os estaleiros chineses produzem navios em velocidade muito superior à dos Estados Unidos, o que tem alimentado a preocupação de Washington e de seus aliados. Atualmente, o país asiático opera 234 navios de guerra, ultrapassando a marinha americana em quantidade, embora ainda atrás em tonelagem e sofisticação tecnológica.

Esse crescimento é impulsionado pelo peso estratégico da indústria naval chinesa, que responde por mais de 60% dos pedidos mundiais de embarcações. O avanço também fortalece a marinha militar, vista por Pequim como peça central na projeção de poder global. De acordo com a BBC, novas bases, como a de Yulin, em Hainan, estão sendo ampliadas para comportar submarinos nucleares e sistemas de drones subaquáticos, evidenciando a busca do governo Xi Jinping por maior presença no mar do Sul da China e no Pacífico.

Embora a marinha dos EUA mantenha vantagem em porta-aviões e submarinos de tecnologia avançada, analistas reconhecem que a capacidade de construção chinesa pode alterar o equilíbrio estratégico em longo prazo. Para o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, a diferença não está apenas no número de embarcações, mas na rapidez com que Pequim consegue colocá-las em operação.

Enquanto Pequim sustenta que o fortalecimento naval tem caráter defensivo, a pressão sobre Taiwan e os exercícios militares em águas próximas ao Japão e à Austrália levantam dúvidas sobre as ambições chinesas. Para os Estados Unidos e seus aliados, a questão central é até onde essa nova marinha poderá navegar — e quão longe Pequim está disposta a projetar sua força.

Por Paraíba Master