10 de setembro de 2025
Abrir Player em Nova Janela

Robô da NASA encontra vestígios em Marte que podem apontar para vida passada

 Robô da NASA encontra vestígios em Marte que podem apontar para vida passada

Foto: ConceptCafe – Shutterstock

#Compartilhe

Uma rocha coletada em Marte pelo robô Perseverance pode ter revelado o sinal mais promissor até hoje de que o planeta vermelho já abrigou vida microscópica. A descoberta, considerada um marco pela NASA, foi divulgada nesta quarta-feira (10) em um artigo publicado na revista científica Nature e repercutida por diversos veículos internacionais.

Segundo informações do Portal G1, a rocha — batizada de Sapphire Canyon — contém dois minerais bastante conhecidos aqui na Terra: vivianita e greigita. Em nosso planeta, essas substâncias são geralmente formadas em ambientes úmidos como lagos, vales e deltas de rios, locais frequentemente influenciados por atividade de microrganismos. Os cientistas afirmam que, na Terra, esses minerais costumam surgir como resultado da decomposição de matéria orgânica feita por micróbios.

A amostra foi retirada em julho de 2024, numa região marciana chamada Neretva Vallis, um antigo leito fluvial que há bilhões de anos desaguava na cratera Jezero — hoje considerada uma das áreas mais promissoras para a busca por sinais de vida fora da Terra. A combinação química encontrada na rocha sugere que reações semelhantes às provocadas por microrganismos podem ter ocorrido logo após a formação do leito sedimentar.

Apesar da empolgação, a NASA adota cautela. A agência espacial norte-americana alertou que fenômenos não biológicos também podem produzir sinais semelhantes, como reações químicas em ambientes ácidos ou expostos a temperaturas extremas. Porém, até o momento, os cientistas não encontraram sinais de que a rocha tenha passado por essas condições, o que mantém em aberto a possibilidade de uma origem biológica.

Com mais de 30 amostras já armazenadas desde sua chegada a Marte em 2021, o Perseverance faz parte de uma missão ainda maior: trazer fragmentos do solo marciano de volta à Terra. Esse retorno está previsto entre 2035 e 2039, por meio da iniciativa Mars Sample Return, uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). A análise em laboratórios terrestres, com tecnologia avançada, será essencial para confirmar se há ou não vestígios de vida no material.

O projeto, no entanto, enfrenta desafios técnicos e financeiros. A previsão inicial de US$ 5 bilhões mais que dobrou e agora ultrapassa US$ 11 bilhões, o que obrigou a NASA a repensar parte da missão. Ainda assim, os cientistas acreditam que, caso se confirme a origem biológica desses minerais, estaremos diante da descoberta mais importante da história da exploração espacial.

Por Paraíba Master

Relacionados