Governo Venezolano Refuta Acusações dos EUA sobre Ataque no Caribe e Maduro Ordena Mobilização

Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
O governo venezuelano reagiu com veemência às alegações feitas pelos Estados Unidos sobre um ataque aéreo contra um barco no Caribe, que resultou na morte de 11 pessoas na semana passada. Durante uma entrevista à televisão estatal nesta quinta-feira (11), o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, refutou as declarações do governo norte-americano e afirmou que nenhuma das vítimas estava ligada à gangue venezuelana Tren de Aragua, como alegado por Washington.
Segundo Cabello, os Estados Unidos acusaram as vítimas de estarem envolvidas com o narcotráfico, mas ele questionou a veracidade dessas afirmações. “Fizemos nossas investigações e, ao conversar com familiares e com as autoridades locais, ficou claro que nenhum dos mortos tinha qualquer vínculo com o Tren de Aragua ou com o tráfico de drogas”, afirmou o ministro. De acordo com informações do Portal CNN Brasil, Cabello também criticou a ação dos EUA, questionando por que as pessoas não foram presas, se realmente estavam envolvidas em atividades ilícitas, e como os norte-americanos determinaram a presença de drogas no barco sem realizar nenhuma prisão.
Em resposta ao ataque, que ocorreu no contexto de uma operação do governo Trump contra o tráfico de drogas no Caribe, a Venezuela intensificou sua retórica contra os EUA. O presidente Nicolás Maduro anunciou um aumento significativo na presença militar e civil em 284 pontos estratégicos do país, que serão transformados em “frentes de batalha”. Maduro reafirmou, em uma transmissão ao vivo, que a Venezuela está pronta para enfrentar uma guerra armada, caso a intervenção militar dos EUA seja intensificada. “Estamos preparados para qualquer ação, caso necessário”, disse o líder venezuelano, destacando que a presença de tropas foi reforçada principalmente na região fronteiriça com a Colômbia, uma área de grande circulação de drogas.
O ataque no Caribe gerou grande polêmica, principalmente devido à falta de informações claras sobre as circunstâncias do incidente. Enquanto o governo dos EUA informou que o barco estava transportando narcóticos ilegais, a falta de detalhes e a alegação de que a operação foi realizada com uso de inteligência artificial no vídeo postado por Trump só aumentaram as tensões. O Pentágono, até o momento, não comentou oficialmente sobre as críticas venezuelanas.
Além disso, o governo dos EUA tem intensificado as pressões sobre Maduro. Recentemente, o Departamento de Estado anunciou uma recompensa de até 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano, alegando sua ligação com o narcotráfico e grupos criminosos internacionais. Maduro, por sua vez, sempre negou essas acusações e insistiu que a Venezuela não é produtora de drogas.
O presidente venezuelano também destacou a importância do apoio militar na defesa do país, principalmente após a recente movimentação dos EUA, que enviaram caças F-35 para Porto Rico, como parte de suas ações no combate ao narcotráfico na região do Caribe. Maduro, no entanto, continua a denunciar o que considera uma tentativa dos EUA de derrubá-lo do poder, e afirmou que seu governo está preparado para resistir a qualquer ataque estrangeiro.
Esta crise diplomática ocorre em um momento de crescente isolamento da Venezuela no cenário internacional, com os EUA e seus aliados europeus impondo sanções econômicas ao país. A tensão entre os dois países tem se intensificado nos últimos meses, à medida que a Venezuela enfrenta uma crise política e econômica interna, agravada pela pressão externa.
Por Paraíba Master