Ato Direitos Já! reúne lideranças em defesa da democracia e critica ingerência estrangeira

Foto: Reprodução
Em comemoração ao Dia Internacional da Democracia, o movimento Direitos Já! realizou na noite desta segunda-feira (15), no teatro Tuca da PUC-SP, a 12ª edição de seu ato público em defesa do regime democrático e da soberania nacional. O evento, organizado pelo Fórum pela Democracia, contou com a participação de lideranças políticas de diversos partidos, representantes da sociedade civil, artistas, intelectuais, juristas e líderes religiosos.
Criado em 2019 como resposta ao avanço de pautas autoritárias no Brasil, o movimento foi um dos articuladores da frente ampla que apoiou a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O coordenador-geral e idealizador do Direitos Já!, Fernando Guimarães Rodrigues, leu um manifesto que condena pressões externas sobre a política brasileira, defende o Supremo Tribunal Federal (STF) e rechaça a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Manifesto critica Trump e Bolsonaro por ataques à democracia
No documento, Rodrigues afirma que o Brasil derrotou uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, cujos aliados já foram condenados pelo STF. O manifesto também acusa o ex-presidente norte-americano Donald Trump de tentar interferir no processo judicial brasileiro, com ações como a imposição de tarifas comerciais e ataques ao ministro relator do caso.
“O direito já considera que anistiar quem violou as regras democráticas, e sequer reconhece sua legitimidade, é a outra face do golpismo”, diz o texto, ao criticar tentativas de pressionar o Congresso Nacional por uma anistia considerada inconstitucional pelos organizadores.
ONU e STF destacam importância da democracia
O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou mensagem ao evento ressaltando a importância da democracia como pilar de dignidade e inclusão. Em tom pessoal, lembrou sua experiência sob a ditadura em Portugal e defendeu o fortalecimento das instituições democráticas.
Já o ministro Gilmar Mendes, do STF, reconheceu as dificuldades enfrentadas pelo regime democrático nos últimos anos, mas afirmou que as instituições têm demonstrado resiliência frente aos ataques. Em mensagem gravada, Mendes reforçou a importância do apoio da sociedade civil ao Judiciário.
Alckmin: “Traição à democracia é crime grave”
Encerrando o ato, o vice-presidente Geraldo Alckmin classificou como traidores os autores da tentativa de golpe e elogiou a atuação da Justiça na responsabilização dos envolvidos. Ele também criticou a atuação de aliados de Bolsonaro no exterior, acusando-os de prejudicar o país com a disseminação de notícias falsas.
“Se perderam a eleição e tentaram dar um golpe, imagine se tivessem vencido. Mesmo fora do poder, continuam agindo contra os interesses do Brasil”, afirmou Alckmin, citando uma frase do ex-deputado Ulysses Guimarães: “Traidor da Constituição é traidor da pátria. Viva a democracia”.
Por Paraíba Master