Associação Autistas Brasil repudia fala de Trump sobre uso de paracetamol e autismo
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A Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas (Autistas Brasil) divulgou nota nesta semana repudiando declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que associou, sem embasamento científico, o uso de medicamentos à base de paracetamol durante a gravidez ao desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças.
Segundo o vice-presidente da entidade, Arthur Ataide Ferreira Garcia, não há evidências científicas robustas que sustentem essa afirmação. “Até o momento, não existem ensaios clínicos randomizados, metanálises consistentes ou grandes estudos populacionais que indiquem uma relação causal entre o uso do paracetamol na gestação e o autismo”, destacou.
Para Garcia, o discurso de Trump representa mais do que desinformação. Ele avalia que se trata de uma tentativa de estigmatizar ainda mais o autismo. “É uma estratégia deliberada de transformar nossa condição em algo a ser combatido, uma cruzada capacitista em nome de um mundo supostamente mais normal”, afirmou.
A fala do presidente norte-americano também foi rebatida por órgãos internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e agências de saúde da União Europeia e do Reino Unido desmentiram qualquer relação comprovada entre o medicamento e o TEA, conforme divulgado pela Agência Brasil.
O transtorno do espectro autista é definido pelo Ministério da Saúde como uma condição do neurodesenvolvimento marcada por padrões de comportamento repetitivos, dificuldades na comunicação e na interação social, além de interesses restritos e estereotipados.
No Brasil, o autismo é reconhecido como uma deficiência, conforme previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). Já a Lei nº 12.764/2012 estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garantindo uma série de direitos e proteção legal às pessoas com TEA.
Por Paraíba Master
