Fraude milionária com cultivo de hortaliças: Justiça mantém condenação de trio acusado de aplicar golpe de R$ 120 milhões na Paraíba

Foto: Hort Agreste Hidroponia/Divulgação
Em um desfecho que reforça o combate ao estelionato no estado, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) manteve a condenação de três réus envolvidos em um dos maiores golpes financeiros já registrados na região. O caso envolve uma falsa promessa de investimentos altamente lucrativos no cultivo de hortaliças hidropônicas, operado por meio da empresa Hort Agreste, localizada no município de Lagoa Seca, no Agreste paraibano.
Foram mantidas as condenações de Jucélio Pereira de Lacerda (dono da empresa), Priscila dos Santos (sócia-administradora) e Nuriey Francelino de Castro (diretor financeiro), que responderam por estelionato qualificado e organização criminosa.
Golpe milionário com “lucro garantido”
Segundo informações do Portal G1, o trio prometia retornos mensais de até 10% em investimentos relacionados ao cultivo de tomates e hortaliças, com promessas de participação nos lucros de até 30%. As cifras atrativas levaram diversas pessoas a investirem valores altos — em alguns casos, mais de R$ 180 mil — com a promessa de retornos rápidos e acima do padrão de mercado. Mas os lucros nunca chegaram.
As investigações apontaram que o negócio não passava de um esquema de pirâmide financeira, utilizando a fachada da produção de hortaliças hidropônicas, plantadas sem solo. A promessa de um “método revolucionário” para cultivo rápido era uma das iscas utilizadas para atrair investidores.
O prejuízo total estimado ultrapassa R$ 120 milhões.
Decisão unânime e tentativa frustrada da defesa
Durante o julgamento do recurso, ocorrido nesta terça-feira (23) na Câmara Criminal do TJPB, os desembargadores Joás de Brito (relator) e João Benedito votaram de forma unânime pela manutenção da condenação.
A defesa alegava que o caso deveria ser julgado pela Justiça Federal, mas os magistrados entenderam que, por não haver prejuízo a autarquias públicas ou ao sistema financeiro nacional, a competência permaneceu com a Justiça paraibana.
Também foram rejeitadas alegações de cerceamento de defesa e pedidos de reclassificação do crime de estelionato qualificado para forma simples, além de tentativa de absolvição quanto à acusação de organização criminosa.
Prisões mantidas
Com a decisão, Jucélio Pereira e Nuriey Castro permanecem presos. Já Priscila dos Santos responde em liberdade enquanto o processo ainda permite recursos.
O empresário foi preso na zona rural de Lagoa Seca. No momento da prisão, ele seguia atuando na empresa, mesmo diante de diversas denúncias.
O Ministério Público da Paraíba formalizou a denúncia contra os três acusados em fevereiro deste ano, com base nos relatos de vítimas e provas documentais que apontam a formação de uma quadrilha estruturada para enganar investidores.
Por Paraíba Master