10 de outubro de 2025
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Haddad prevê isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil a partir de outubro

 Haddad prevê isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil a partir de outubro

Lula Marques/Agência Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que o governo espera sancionar até outubro a nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil. A proposta, segundo ele, faz parte dos esforços do governo federal para combater a desigualdade social no país.

Em entrevista, Haddad destacou que, caso a medida avance conforme o previsto, cerca de 20 milhões de brasileiros deixarão de pagar o tributo ainda durante o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Já ampliamos a faixa de isenção três vezes desde o início do governo. Saímos de R$ 1.903 para R$ 5 mil em apenas um mandato, algo sem precedentes”, afirmou.

O ministro defendeu que a reforma do Imposto de Renda representa uma ação concreta do Estado para enfrentar desigualdades históricas. “Trata-se da primeira tentativa real de usar o sistema tributário como ferramenta de justiça social”, disse.

Haddad também ressaltou que a renda da população cresceu 18% acima da inflação nos últimos três anos, com base em dados do IBGE. Segundo ele, esse é o maior avanço desde a implementação do Plano Real.

Além da reestruturação do IR, o ministro reforçou que a atual gestão tem buscado reduzir a concentração de renda no país, ao lado das ações de combate à pobreza extrema. “O presidente Lula está retirando o Brasil, pela segunda vez, do mapa da fome. Mas enfrentar a desigualdade vai além disso. Poucas vezes esse debate foi encarado com seriedade no país. Estamos entre os dez países mais desiguais do mundo”, afirmou.

Haddad também criticou o volume de renúncias fiscais em vigor, estimadas em mais de R$ 600 bilhões. Segundo ele, o governo conseguiu reverter cerca de R$ 100 bilhões, o que gerou resistência por parte de setores econômicos. “Na minha opinião, essa renúncia é o verdadeiro escândalo. Já se aproximava de R$ 800 bilhões”, disse.

Por fim, o ministro afirmou que o objetivo da reforma é tornar o sistema tributário mais equilibrado, com menos imposto sobre o consumo e maior tributação sobre a renda dos mais ricos. “O Congresso tem, agora, uma chance histórica de colocar o país no caminho da justiça social. Não podemos continuar com esse nível de desigualdade e esperar desenvolvimento sustentável”, concluiu.

Por Paraíba Master

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