PL pressiona por anistia total aos condenados do 8 de Janeiro e tensiona debate com relator na Câmara

Foto: Twitter/Reprodução
O projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro voltou ao centro do debate político em Brasília. Em reunião realizada nesta terça-feira (23), a bancada do Partido Liberal (PL) deixou claro ao relator do Projeto de Lei da Anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que não aceitará nenhum texto que não contemple o perdão completo aos condenados por envolvimento na invasão dos Três Poderes.
Segundo informações apuradas pelo Portal CNN Brasil, o encontro marcou o primeiro diálogo oficial entre o relator e os partidos do Congresso sobre a proposta. No entanto, o tom da conversa foi tenso.
Durante a reunião, a advogada de um dos condenados, Cleriston Cunha — conhecido como Clezão — apresentou o caso do seu cliente, que morreu na prisão em 2023, e apontou o que classificou como abusos no processo judicial. O caso de Clezão tem sido usado como símbolo pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veem os julgamentos como perseguição política.
A proposta defendida pelo relator, que inclui a aplicação de uma dosimetria para reduzir penas ao invés de conceder anistia plena, irritou membros da bancada do PL. A tese foi construída por Paulinho com o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), em reunião recente realizada em São Paulo.
Durante o encontro, parlamentares do PL acusaram o relator de já ter uma posição “fechada” sobre o tema, o que, segundo eles, inviabilizaria negociações. O clima de embate levou o líder da legenda, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a pedir desculpas a Paulinho da Força no encerramento da reunião.
Apesar das divergências, o relator se comprometeu a ouvir todas as bancadas e afirmou que tentará construir um texto que represente um consenso médio entre os diferentes partidos. Paulinho garantiu que uma nova reunião com o PL será marcada para a próxima semana, antes da finalização do parecer.
O embate promete ganhar ainda mais força nos próximos dias, com a pressão da base bolsonarista por anistia total e a resistência de outras legendas em abrir mão da responsabilização por crimes contra a democracia.
Por Paraíba Master