10 de novembro de 2025
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Mais de 8 Mil Militares Mobilizados: Exército Brasileiro Inicia Megaoperação na Amazônia em Meio a Crise Internacional

 Mais de 8 Mil Militares Mobilizados: Exército Brasileiro Inicia Megaoperação na Amazônia em Meio a Crise Internacional

Foto: Getty Images

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As Forças Armadas do Brasil deram início nesta semana à fase mais intensa da Operação Atlas, um dos maiores exercícios militares integrados já realizados no país. A ação, que reúne Marinha, Exército e Força Aérea sob a coordenação do Ministério da Defesa, movimenta mais de 8 mil militares e se concentra em estados da região amazônica, com foco especial na defesa das fronteiras e na prontidão em áreas estratégicas.

De acordo com reportagem assinada por Daniel Gallas, da BBC News Brasil, os exercícios acontecem em um momento delicado da geopolítica regional, marcado por tensões entre Estados Unidos e Venezuela, com movimentações de tropas, navios e aviões militares norte-americanos no Caribe.

Embora o governo brasileiro negue qualquer relação direta entre os dois eventos, o contexto internacional amplifica a importância da operação. Segundo o Ministério da Defesa, a Operação Atlas tem como objetivo fortalecer a capacidade de atuação das Forças Armadas “em um dos cenários mais desafiadores do país, a Amazônia”.

As atividades ocorrem nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, com etapas complementares no Espírito Santo e em Goiás. O deslocamento estratégico de tropas e equipamentos é visto como um teste fundamental de logística e resposta rápida em áreas remotas e de difícil acesso.

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que a operação já havia sido planejada desde 2024, com foco no apoio à realização da COP 30, a conferência climática da ONU marcada para novembro de 2025, em Belém. Apesar disso, ele reconheceu o risco de instabilidade nas fronteiras. “Estamos preocupados com a nossa fronteira, para que ela não sofra e não transforme a nossa fronteira numa trincheira. O Brasil é um país pacífico. Nós investimos em armas para defender nosso patrimônio”, afirmou.

Segundo Daniel Gallas, a presença militar dos Estados Unidos no Caribe tem se intensificado com a justificativa de combater o narcotráfico. O presidente americano Donald Trump teria ordenado, em setembro, o envio de dez caças F-35 para Porto Rico, além do deslocamento de destróieres, submarinos e aeronaves de reconhecimento para a região. O governo dos EUA afirma que os ataques visam embarcações suspeitas de partir da Venezuela. Como resposta, Caracas iniciou treinamentos armados com a população em comunidades vulneráveis.

Tecnologia e mobilização nacional

Além da presença expressiva de militares, a Operação Atlas inclui o uso de armamentos modernos — como drones kamikaze, mísseis anticarro nacionais e sistemas antiaéreos — em testes realizados em Goiás durante a fase preparatória. A Marinha, o Exército e a Força Aérea estão empregando embarcações, blindados, aeronaves de patrulha e caças A-1M e A-29 Super Tucano em operações coordenadas em solo, rios e espaço aéreo amazônico.

“O local mais desafiador para deslocamento estratégico é a Amazônia. Se conseguimos operar aqui, seremos capazes de atuar em qualquer outra parte do Brasil com mais facilidade”, afirmou o almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Exercícios seguem até outubro

A operação está dividida em três fases: planejamento, deslocamento e execução. A fase atual — exercício no terreno — vai até o dia 11 de outubro, com ações integradas nos quatro estados da Amazônia Legal. O foco, segundo o Ministério da Defesa, é promover a “prontidão, integração e defesa” do território, com ênfase na proteção de fronteiras e na resposta a ameaças externas ou ambientais.

Mesmo diante das tensões internacionais, o governo brasileiro reforça que a missão segue sendo de caráter preventivo e logístico, mantendo a tradição diplomática do país. Ainda assim, o momento coloca o Brasil em estado de alerta, monitorando de perto os desdobramentos no continente.

Por Paraíba Master

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