11 de outubro de 2025
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Indicação ao STF expõe dilema de Lula: preservar aliados ou agradar o Congresso?

 Indicação ao STF expõe dilema de Lula: preservar aliados ou agradar o Congresso?

Foto: Cristiano Mariz, Waldemir Barreiro/Agência Senado e Rodrigo Vieira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um dilema estratégico para escolher o substituto de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão não envolve apenas a confiança pessoal de Lula, mas também o delicado equilíbrio com o Senado. Caso o presidente opte pela estrita confiança em seu círculo próximo, o nome mais forte é o do advogado-geral da União, Jorge Messias. Por outro lado, se a prioridade for garantir boa relação com a Casa Legislativa, a vaga pode ser ocupada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que conta com o apoio das principais lideranças da Casa, incluindo o senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Segundo informações do Portal O Globo, Lula tem em mente evitar o erro cometido nos dois primeiros mandatos, quando alguns de seus indicados ao STF surpreenderam negativamente, prejudicando o partido e o próprio presidente. O caso mais emblemático foi o de Joaquim Barbosa, escolhido por Lula em 2003, e que, mais tarde, foi responsável por condenações de líderes do PT no processo do mensalão. Para evitar surpresas, muitos acreditam que Messias seria a escolha mais segura, pois seu alinhamento com o petista é inquestionável.

Porém, o presidente também tem apreço por Rodrigo Pacheco, embora o grau de confiança com o senador mineiro não seja o mesmo. Além disso, outro nome que circula nos bastidores como possível candidato à vaga é o de Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), mas, de acordo com aliados, sua relação com Lula é vista de forma semelhante à de Pacheco.

Embora o cenário seja complicado, a expectativa é que Lula tome a decisão de forma mais isolada, como fez nas escolhas dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. Ambos foram nomeados com base na confiança pessoal do presidente, e o processo deve seguir esse mesmo padrão para a escolha de Barroso.

O futuro da relação entre o presidente e o Senado, portanto, depende de qual caminho Lula escolherá: priorizar a confiança ou a aliança política.

Por Paraíba Master

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