Moeda do Brics pode abalar economia dos EUA e desafiar soberania do dólar, alerta ex-diretor do Fórum Econômico Mundial

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A proposta de uma moeda comum entre os países do Brics — bloco formado por 11 nações, incluindo Brasil, China, Índia e Rússia — voltou ao centro do debate econômico global e acendeu alertas nos Estados Unidos. Segundo Frank-Jürgen Richter, ex-diretor do Fórum Econômico Mundial, a medida pode representar um “grande choque” para a economia americana, caso China e Índia superem suas divergências e liderem a criação da nova moeda. A declaração foi feita em entrevista à CNN Brasil.
O projeto, no entanto, enfrenta entraves. As disputas históricas entre China e Índia dificultam a consolidação de uma política monetária unificada no bloco. No Brasil, apesar do apoio declarado do presidente Lula à ideia de reduzir a dependência do dólar, há resistência interna. De acordo com Maurício Prazak, presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Internacionais (IBREI), o foco do Brics neste momento está voltado à cooperação financeira com uso de moedas locais e ao fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Outra frente de inovação discutida no bloco é o Brics Pay, sistema de pagamentos digitais apelidado de “Pix do Brics”. O projeto, liderado pela Rússia, já passou por testes bem-sucedidos e avança na direção de uma integração entre sistemas financeiros dos países membros — o que pode, futuramente, representar uma alternativa ao sistema internacional SWIFT.
O presidente americano Donald Trump reagiu duramente ao avanço dessas propostas, classificando a ideia de uma nova moeda como uma ameaça direta à soberania americana. O republicano já declarou que poderá aplicar tarifas de até 100% contra países do Brics que adotem mecanismos para driblar o dólar em transações internacionais.
Segundo informações da CNN Brasil, especialistas alertam que, embora a criação de uma moeda comum do Brics ainda enfrente barreiras, o simples avanço da pauta já demonstra uma mudança no equilíbrio global de poder econômico — e coloca em xeque o papel do dólar como moeda dominante no cenário internacional.
Por Paraíba Master