Explosão na CPMI do INSS: Nome ligado a Lula pode ser convocado para explicar salto milionário em sindicato

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS retoma nesta quinta-feira (16) uma agenda intensa de depoimentos e votações decisivas, com foco em suspeitas de fraudes envolvendo aposentados e pensionistas. A sessão, marcada para as 9h, deve ouvir Cícero Marcelino de Souza Santos, ligado à Conafer, uma das entidades acusadas de integrar o esquema de descontos ilegais em benefícios do INSS. Cícero teria recebido valores sob o pretexto de prestação de serviços, mas é apontado como beneficiário direto das mensalidades indevidas.
Segundo informações da Agência Senado, o nome de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está entre os mais aguardados para possível convocação. Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), ele é alvo de 11 requerimentos de deputados e senadores. A entidade que representa é suspeita de filiar aposentados sem consentimento e descontar mensalidades automaticamente, com arrecadação que saltou de R$ 23 milhões para mais de R$ 150 milhões em apenas quatro anos.
A CPMI deve deliberar também sobre a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, além de outras autoridades e empresas envolvidas. Ao todo, estão previstos 101 requerimentos para votação nesta sessão, incluindo a solicitação de prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi, acusado de liderar um esquema criminoso dentro da entidade.
Parlamentares da base do governo pedem o depoimento de nomes ligados às investigações da Polícia Federal, como Thiago Schettini e Philipe Roters Coutinho, além de servidores do Dataprev e da ouvidoria do INSS. A expectativa é que a comissão aprofunde o rastreamento de pagamentos suspeitos, documentos falsificados e serviços superfaturados.
A CPMI foi criada para investigar denúncias de fraudes em consignações e descontos indevidos em benefícios do INSS. Os trabalhos têm revelado um cenário de possível corrupção estruturada dentro de entidades sindicais e organizações parceiras, com impactos diretos sobre aposentados e pensionistas em todo o país.
Por Paraíba Master