Ex-presidente da COP21 defende avanço urgente na implementação do Acordo de Paris
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O presidente da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), realizada em 2015, Laurent Fabius, fez nesta sexta-feira (7) um balanço dos 10 anos do Acordo de Paris durante evento da Cúpula do Clima, em Belém. Ao comentar os avanços alcançados desde a assinatura do tratado, Fabius destacou que os compromissos assumidos precisam, agora, ser urgentemente transformados em ações concretas. As informações são da Agência Brasil.
“Devemos acreditar na ciência quando ela afirma que é necessário implementar o que já foi decidido em relação à finança, em relação à transição de combustível, em relação ao que já foi acordado”, afirmou.
Fabius, que atualmente coordena um grupo de ex-presidentes de Conferências do Clima, ressaltou que o Acordo de Paris representou um marco histórico no enfrentamento à crise climática. Segundo ele, quando o texto foi aprovado, projeções científicas apontavam que o planeta poderia atingir um aquecimento de 4°C até o final do século. Graças às políticas ambientais adotadas desde então, essa perspectiva diminuiu para algo entre 2,5°C e 2,8°C.
“E cada grau significa milhões de vidas salvas”, destacou.
Apesar dos avanços, ele alertou que um aquecimento entre 2,5°C e 2,8°C ainda representa risco elevado para a humanidade, com o aumento de eventos extremos como secas, ciclones e incêndios.
Implementação, inclusão e inovação
Para enfrentar a crise climática de forma efetiva, Fabius defendeu a atuação articulada em três frentes, que chamou de os “três Is”: implementação, inclusão e inovação.
Segundo ele, a COP realizada em Belém não deve buscar necessariamente novos acordos, mas garantir que os compromissos já assumidos sejam cumpridos — especialmente no financiamento voltado a países emergentes e na adaptação das cidades aos efeitos do aquecimento global.
“Agora é o momento das ações, e o que estamos esperando desta COP é implementação do que já foi decidido”, afirmou.
Fabius também ressaltou a necessidade de incluir países que têm baixa emissão de gases de efeito estufa, mas sofrem de forma mais intensa os impactos climáticos. Além disso, reforçou a importância da inovação tecnológica para viabilizar a transição energética.
Multilateralismo sob pressão
O ex-presidente da COP21 defendeu ainda o fortalecimento do diálogo entre nações, mesmo diante de resistências ao multilateralismo. Ele destacou que a presença de governos subnacionais, como o da Califórnia, na Cúpula do Clima em Belém, representa uma oportunidade para avançar em compromissos ambientais independentemente de instabilidades políticas internacionais.
“Este é um momento que devemos fazer esse esforço e sermos muito incisivos nas ações”, disse.
Por Paraíba Master