Justiça decreta falência da Oi: gigante das telecomunicações chega ao fim após anos de crise e tentativas de recuperação
Foto: Paulo Whitaker/Reuters
A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta segunda-feira (10) a falência da operadora Oi S.A., marcando o desfecho de uma das maiores crises corporativas da história do setor de telecomunicações no país. A decisão da juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial, tem efeito imediato e também atinge as subsidiárias internacionais da companhia, determinando a continuidade provisória dos serviços essenciais enquanto ocorre a transição das operações para outras empresas.
De acordo com a magistrada, a decisão foi fundamentada no descumprimento do plano de recuperação judicial aprovado em 2024 e na constatação de “liquidação substancial” da empresa, que acumulava uma dívida bilionária sem capacidade de gerar receita sustentável. A Oi, que já havia passado por duas recuperações judiciais — em 2016 e 2023 —, não conseguiu reverter o quadro de colapso financeiro mesmo após vender ativos e tentar reestruturar suas operações.
A decisão prevê que a Oi mantenha, de forma temporária, serviços considerados estratégicos, como conectividade em órgãos públicos, telefonia em áreas remotas e suporte a sistemas essenciais, incluindo o Cindacta e as 13 mil lotéricas da Caixa Econômica Federal. A medida busca evitar prejuízos imediatos aos clientes e preservar empregos até a conclusão da transferência dos contratos. Segundo informações do Portal G1, a falência foi decretada após pedido do administrador judicial, Bruno Rezende, que já atua na condução do processo.
Com a sentença, todas as cobranças contra a Oi ficam suspensas, e o pagamento de dívidas passará a seguir o rito da falência, priorizando credores, fornecedores e funcionários. Especialistas afirmam que, para os acionistas da companhia, o cenário é de prejuízo irreversível, uma vez que o valor dos ativos não cobre as obrigações financeiras da empresa.
A Oi, que já foi símbolo da expansão das telecomunicações no Brasil, encerra um ciclo marcado por dívidas, reestruturações e perda de mercado, deixando um alerta sobre os desafios de gestão e sustentabilidade no setor.
Por Paraíba Master