10 de setembro de 2025
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Inflação tem deflação de 0,11% em agosto, puxada por queda na conta de luz e alimentos

 Inflação tem deflação de 0,11% em agosto, puxada por queda na conta de luz e alimentos

Marcello Casal JrAgência Brasil

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A inflação oficial do país registrou queda em agosto. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve deflação de 0,11% no mês. Isso significa que, em média, os preços recuaram em relação a julho, quando o índice havia subido 0,26%.

Esse é o primeiro resultado negativo desde agosto de 2024, quando o IPCA teve variação de -0,02%, e representa a maior deflação desde setembro de 2022, quando os preços recuaram 0,29%.

Com o resultado de agosto, o IPCA acumula alta de 5,13% em 12 meses — um recuo em relação aos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores, mas ainda acima do teto da meta de inflação estipulada pelo governo, que é de 4,5%.

Energia elétrica e alimentos foram os principais responsáveis pela queda

A principal influência para o recuo do índice veio da energia elétrica, que teve redução de 4,21% em agosto. Esse item isoladamente retirou 0,17 ponto percentual do IPCA do mês, sendo o maior impacto negativo entre os subitens pesquisados. Com isso, o grupo habitação apresentou queda de 0,90%.

O recuo na conta de luz está ligado ao Bônus de Itaipu, um desconto tarifário que beneficiou mais de 80 milhões de consumidores. A medida compensou a aplicação da bandeira tarifária vermelha 2, que normalmente adicionaria R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Além da energia, o grupo alimentação e bebidas também ajudou a segurar os preços, com queda de 0,46%, a terceira consecutiva. O grupo transportes, por sua vez, recuou 0,27% no mês, reforçando o movimento de baixa do índice geral.

Meta de inflação segue pressionada

Mesmo com a deflação de agosto, o IPCA em 12 meses segue acima do limite da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.

Desde janeiro de 2025, a avaliação do cumprimento da meta passou a ser contínua, considerando os 12 meses imediatamente anteriores. O descumprimento só é reconhecido oficialmente caso o índice ultrapasse o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos — o que ocorreu em junho deste ano.

Como é calculado o IPCA

O IPCA mede a variação de preços para famílias com renda mensal entre um e 40 salários mínimos — atualmente fixado em R$ 1.518. A coleta de preços ocorre em 16 capitais e no Distrito Federal, abrangendo as principais regiões metropolitanas do país.

O índice é considerado a principal referência para a política de metas de inflação e é acompanhado de perto pelo Banco Central para definir os rumos da taxa básica de juros (Selic).

Por Paraíba Master

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