‘Não somos bandidos’: Policiais presos por chacina no Conde se recusam a usar tornozeleira eletrônica

Foto: Yago Araújo
Os cinco policiais militares presos pela suspeita de envolvimento na morte de cinco jovens no município do Conde se recusam a usar tornozeleiras eletrônicas, um dos requisitos impostos pela Justiça para que respondam ao processo em liberdade. Segundo a defesa, os agentes se sentem humilhados com a medida e não aceitam o uso do equipamento.
A Justiça autorizou a soltura dos policiais na última terça-feira (9), mas impôs uma série de medidas cautelares, entre elas: o afastamento do serviço operacional, proibição de contato com familiares das vítimas e testemunhas, restrição de circulação em determinadas áreas e o recolhimento domiciliar noturno, além do uso da tornozeleira. Os investigados estão custodiados no 1º Batalhão da Polícia Militar e devem ser liberados nesta quarta-feira (10).
O caso aconteceu no dia 15 de fevereiro deste ano. Segundo informações do Portal G1, os cinco jovens mortos estavam em um carro que foi interceptado por viaturas da Polícia Militar na Ponte do Arco, no Conde. O veículo foi alvejado e todos os ocupantes morreram no local. A PM alegou que os jovens planejavam vingar um feminicídio ocorrido horas antes, o que teria motivado a ação.
As vítimas tinham entre 17 e 26 anos, incluindo Gabriel Cassiano de Sousa, filho da mulher assassinada no feminicídio que teria dado origem à tentativa de vingança. No entanto, as investigações apontam indícios de execução por parte dos policiais, contrariando a versão de confronto apresentada inicialmente.
A defesa dos agentes sustenta que houve legítima defesa, alegando que o grupo armado teria atirado contra as viaturas, forçando a reação dos policiais. Ainda assim, o Ministério Público da Paraíba optou por solicitar que os envolvidos respondessem ao processo em liberdade, desde que cumpram as medidas impostas.
Entre os seis policiais investigados, apenas o tenente Álex William de Lira Oliveira permanece foragido. Ele está nos Estados Unidos e teve a prisão temporária convertida em preventiva após não colaborar com as investigações dentro do prazo estabelecido pela Justiça.
Por Paraíba Master