11 de setembro de 2025
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Valor da produção agrícola recua 3,9% em 2024 e soma R$ 783,2 bilhões, aponta IBGE

 Valor da produção agrícola recua 3,9% em 2024 e soma R$ 783,2 bilhões, aponta IBGE

Foto: Reprodução

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Sob o impacto de condições climáticas adversas e da queda nos preços internacionais, o valor da produção agrícola brasileira somou R$ 783,2 bilhões em 2024. O montante representa uma retração de 3,9% em relação ao ano anterior, conforme aponta a pesquisa Produção Agrícola Municipal, divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este é o segundo ano consecutivo de queda no valor gerado pelo setor agropecuário. Em 2023, o recuo havia sido de 2,3% frente a 2022. Segundo o IBGE, o desempenho negativo está diretamente relacionado à instabilidade climática – marcada principalmente pela atuação do fenômeno El Niño – e à redução dos preços de commodities no cenário global, que afetou a rentabilidade dos produtores.

Soja e milho puxam queda

Os principais responsáveis pela retração foram dois dos produtos mais relevantes do agronegócio brasileiro: a soja e o milho. A oleaginosa teve queda de 5% na produção, enquanto o milho registrou redução ainda mais acentuada, de 12,9%. Ambos também enfrentaram queda expressiva nos preços internacionais, o que reduziu significativamente o valor de mercado.

Apesar da retração, o Brasil manteve a liderança mundial na produção e exportação de soja. Em 2024, a safra atingiu 144,5 milhões de toneladas, movimentando cerca de R$ 260 bilhões.

Produção e área plantada

A produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas chegou a 292,5 milhões de toneladas em 2024, o que representa uma redução de 7,5% na comparação com o ano anterior.

Em contrapartida, a área plantada no país cresceu. Foram 97,3 milhões de hectares cultivados, um avanço de 1,2% em relação a 2023. A extensão é maior do que o próprio estado de Mato Grosso, que possui 90,3 milhões de hectares de território.

El Niño compromete produtividade

O IBGE atribui boa parte das dificuldades enfrentadas pelo setor à influência do El Niño, que alterou o regime de chuvas em diferentes regiões do país. No Centro-Norte, Sudeste e parte do Paraná, o fenômeno provocou estiagens prolongadas, prejudicando culturas de verão e reduzindo a produtividade. Já no Rio Grande do Sul, o excesso de chuvas e alagamentos trouxe impactos negativos semelhantes.

A pesquisa do IBGE acompanha anualmente 64 produtos agrícolas em todos os estados e municípios brasileiros, trazendo dados detalhados sobre produção, área colhida, área plantada e valor de venda.

Por Paraíba Master

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