Tarcísio de Freitas retorna a Brasília para reforçar articulação por anistia a Bolsonaro

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A proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ganhar novo impulso no Congresso Nacional nesta semana com a chegada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a Brasília. Segundo reportagem publicada ontem (14), Tarcísio irá participar das articulações em torno do projeto e deve visitar o ex-presidente, que segue internado após um procedimento médico.
A movimentação ocorre poucos dias após Bolsonaro ter sido condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que o sentenciou a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por envolvimento em tentativa de golpe de Estado e outros crimes. A condenação também atingiu outros sete réus.
Entre os crimes imputados ao ex-presidente estão organização criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e destruição de patrimônio público tombado.
Nos bastidores, parlamentares da oposição intensificam a pressão para que o projeto de anistia avance. O deputado Hélio Lopes (PL-RJ) declarou que partidos como União Brasil e Progressistas já demonstraram disposição para apoiar a medida. “A anistia deve ser pautada esta semana. Eu espero que sim”, disse o parlamentar, ontem, a jornalistas em frente ao Hospital DF Star, onde Bolsonaro está internado para retirada de lesões na pele. Ele também afirmou que o voto do ministro Luiz Fux, durante o julgamento no STF, teria “derrubado todos os argumentos” contrários à anistia.
A liderança do PL na Câmara também atua para acelerar a tramitação da proposta. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da sigla na Casa, afirmou que o tema deve ser discutido na reunião de líderes prevista para esta terça-feira (16). “Acho que agora não restam mais alternativas. O presidente deve colocar o projeto na pauta na terça, e talvez a gente consiga votar urgência e mérito já na quarta-feira”, declarou.
Apesar da pressão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adota tom cauteloso. A proposta, relatada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), está parada desde outubro de 2024 e enfrenta resistência tanto no Congresso quanto no Supremo Tribunal Federal. Um dos pontos mais sensíveis é a possibilidade de anistia ampla, que incluiria não apenas os executores, mas também os articuladores da tentativa de golpe.
A oposição, no entanto, segue tratando a matéria como prioridade máxima.
Por Paraíba Master