Lula abre Assembleia da ONU com críticas a sanções, defesa da democracia e alerta sobre genocídio em Gaza

Foto: reprodução
Como já é tradição, o Brasil abriu nesta segunda-feira (22) os trabalhos da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em discurso de cerca de 18 minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou temas internos e internacionais, passando por democracia, mudanças climáticas, desigualdade social e o conflito no Oriente Médio, informou o Agência Brasil.
Crítica a sanções e defesa da democracia
Sem citar nominalmente o presidente norte-americano Donald Trump, Lula criticou o que chamou de “sanções arbitrárias e unilaterais” e alertou para o avanço do autoritarismo no mundo.
“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em xeque”, afirmou.
O presidente também destacou a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), classificando o julgamento como um marco na defesa da democracia.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.”
Migração, pobreza e desigualdade
Lula lembrou que o Brasil saiu do Mapa da Fome e defendeu que a pobreza e a desigualdade minam a democracia. Ele também criticou a desigualdade de gênero e o discurso que responsabiliza migrantes por problemas sociais.
Big Techs
O presidente ressaltou os riscos e benefícios das grandes empresas de tecnologia e destacou a legislação brasileira aprovada recentemente para proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.
Genocídio palestino
Em tom contundente, Lula classificou como genocídio a situação em Gaza, defendeu o reconhecimento do Estado Palestino e condenou os ataques do Hamas.
“Nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes”, disse.
América Latina
O presidente também comentou a situação da região, defendendo o diálogo na Venezuela, a paz no Haiti e criticando a inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo.
Clima e COP30
Lula propôs a criação de um conselho de monitoramento das ações climáticas globais e reforçou o papel do Brasil na COP30, que será realizada em Belém, em 2025.
“Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. A COP30 será a COP da verdade.”
Mujica e Papa Francisco
No fim do discurso, o presidente prestou homenagem ao ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica e ao Papa Francisco, lembrando-os como símbolos de valores humanistas.
“Podemos vencer os falsos profetas e oligarcas que exploram o medo e monetizam o ódio”, afirmou.
Por Paraíba Master