Petróleo Cai com Sinais de Maior Oferta e Possível Acordo de Paz em Gaza
Foto: Getty Images
O mercado internacional de petróleo encerrou esta terça-feira (30) em forte baixa, impactado por múltiplos fatores que vêm pressionando a commodity no cenário global. A combinação entre expectativas de aumento na oferta, negociações de paz no Oriente Médio e o risco iminente de uma paralisação do governo dos Estados Unidos colocou o setor em alerta.
De acordo com informações da Dow Jones Newswires, reproduzidas pelo Portal CNN Brasil, os contratos futuros do petróleo WTI, com vencimento em novembro, fecharam em queda de 1,70%, cotados a US$ 62,37 por barril, enquanto o Brent para dezembro recuou 1,58%, atingindo US$ 66,03.
O movimento de queda também se estendeu às variações mensais e trimestrais. No acumulado de setembro, o WTI e o Brent cederam 2,56% e 2,15%, respectivamente. Já no terceiro trimestre, a queda foi ainda mais acentuada, com recuos de 4,21% para o petróleo americano e 1,06% para o europeu.
Apesar de negar oficialmente qualquer aumento na produção, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi alvo de rumores sobre um possível acréscimo de 500 mil barris diários na oferta. A negativa, no entanto, não foi suficiente para conter o pessimismo do mercado, que segue pressionado por outras variáveis.
Entre elas, está o risco de shutdown (paralisação parcial) do governo norte-americano, que já estaria sendo precificado pelo mercado com quase 100% de certeza, segundo analistas da Spartan Capital Securities. Esse cenário tende a aumentar a volatilidade nos mercados e manter os preços do petróleo sob pressão.
Além disso, o plano de paz proposto pelo presidente Donald Trump para a Faixa de Gaza também é visto como um fator importante. Caso seja aceito pelo Hamas, o risco geopolítico da região pode diminuir, reduzindo assim o chamado “prêmio de risco” incorporado às cotações do petróleo.
Segundo o banco suíço Julius Baer, o preço da commodity deve continuar recuando no curto prazo, com estimativas de que o barril possa se estabilizar na faixa dos US$ 60. Já o banco MUFG aponta que os temores relacionados ao fornecimento russo e a eventuais sanções perderam força, enquanto os sinais de aumento de produção global ganham evidência.
Com tantos fatores convergindo, o mercado global do petróleo entra em um momento decisivo. A depender dos desdobramentos políticos e geopolíticos nas próximas semanas, os preços poderão encontrar ainda mais dificuldades para se manter estáveis.
Por Paraíba Master