CPI do Concurso de Bayeux aponta fraudes e pede responsabilização de gestores

A Câmara Municipal de Bayeux recebeu, na noite desta terça-feira (30), o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou possíveis irregularidades no concurso público realizado durante a gestão da ex-prefeita Luciene Gomes. O documento, apresentado pelo vereador Wagner do Grau, relator da CPI, conclui que houve fraude no processo seletivo, o qual está suspenso por decisão judicial.

A investigação foi aberta após denúncia do jornalista Wanderly Farias, que apresentou documentos apontando falhas e indícios de irregularidades na escolha da banca organizadora, o Instituto de Desenvolvimento Institucional Brasileiro (IDIB). A CPI confirmou graves problemas no processo, como repasses suspeitos entre a banca e a Prefeitura, nomeações fictícias na comissão organizadora, mudanças no cronograma sem justificativa e falta de transparência.

Entre os apontamentos do relatório estão ainda o recebimento indevido de taxas de inscrição pela organizadora e o histórico de fraudes envolvendo o IDIB em outros estados. A comissão identificou também concentração de decisões em um único servidor e ausência de fiscalização adequada.

Diante dos indícios, os vereadores decidiram encaminhar o relatório, junto com atas e depoimentos, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado. A recomendação é que os órgãos investiguem possíveis crimes de improbidade administrativa e danos aos cofres públicos. A Procuradoria Jurídica do município também foi orientada a analisar a legalidade do concurso e avaliar a anulação ou revisão dos atos administrativos, incluindo a convocação dos aprovados.

O concurso segue suspenso por decisão do desembargador Aluizio Bezerra, mas ainda aguarda julgamento do mérito. Enquanto isso, a comissão formada por candidatos aprovados pressiona a Prefeitura por respostas. Durante a sessão da Câmara, parte do público vaiou a leitura do relatório e acusou a atual gestão, liderada pela prefeita Tarcyanna Leitão, de tentar invalidar o certame para manter cargos comissionados.

A situação segue indefinida, com o impasse entre os aprovados e o Poder Executivo, que contesta a lisura do concurso.

Por Paraíba Master