Ministério da Saúde alerta sobre bebidas destiladas incolores após casos de intoxicação por metanol

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou nesta quinta-feira (3) que a população evite o consumo de bebidas destiladas, especialmente as incolores, caso não tenha total confiança sobre sua procedência. O alerta ocorre em meio ao aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol registrados em diferentes regiões do país.
Segundo Padilha, a recomendação é preventiva e se aplica a produtos não essenciais, como as bebidas alcoólicas. “Como médico e ministro da Saúde, reforço que não se consuma destilados incolores sem a certeza de sua origem. Estamos diante de uma situação anormal, que requer precaução”, afirmou durante coletiva.
Até o momento, o Ministério da Saúde acompanha 59 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo 11 já confirmados. As ocorrências estão concentradas nos estados de São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal. Um dos casos em Brasília envolve o rapper Hungria, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira.
Governo amplia medidas emergenciais
Para conter o avanço dos casos, o Ministério da Saúde colocou em prática uma série de ações emergenciais. Entre as principais medidas está a aquisição de 5 mil tratamentos com etanol farmacêutico, substância utilizada no protocolo de tratamento para intoxicação por metanol.
Além disso, o governo notificou laboratórios internacionais para viabilizar a compra ou doação de fomepizol, um medicamento alternativo indicado para casos graves.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também mapeou 604 farmácias de manipulação no país com capacidade para produzir o etanol farmacêutico. Essas unidades estão sendo notificadas para avaliar a possibilidade de ampliar a oferta do antídoto na rede pública de saúde.
Mortes em investigação
O ministério confirmou uma morte causada por intoxicação por metanol em São Paulo. Outros sete óbitos estão sob investigação, sendo cinco no estado paulista (três na capital e dois em São Bernardo do Campo) e dois em Pernambuco (nos municípios de Lajeado e João Alfredo).
Apesar do cenário, Padilha afirmou que não há expectativa de aumento explosivo no número de casos. “Estamos agindo com responsabilidade e precaução. As ações visam evitar que a situação se agrave”, completou.
O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar de forma centralizada os casos e coordenar as respostas com autoridades estaduais e municipais.
Por Paraíba Master