Deputados articulam permanência de Celso Sabino no Ministério do Turismo até fim do ano

Um grupo de deputados federais prepara uma proposta para tentar evitar a saída imediata de Celso Sabino do comando do Ministério do Turismo. A ideia é apresentar, nesta terça-feira (7), uma sugestão à cúpula do União Brasil: conceder um prazo de mais dois meses para que o ministro deixe o cargo.

A articulação visa convencer a direção nacional da legenda, que se reúne nesta quarta-feira (8), a adiar a decisão sobre o futuro de Sabino no governo federal. O grupo defende que ele permaneça no ministério até pelo menos dezembro, prazo considerado suficiente para liderar dois marcos estratégicos: a organização da COP30, prevista para ocorrer em Belém (PA), e o anúncio de um número recorde de turistas no Brasil em 2025.

Ambos os eventos são vistos como vitais para fortalecer politicamente o ministro, que planeja disputar uma vaga no Senado em 2026. A permanência até o fim do ano daria fôlego à sua pré-campanha.

Apesar do apoio da maioria da bancada do União Brasil na Câmara, a resistência à permanência de Sabino vem de nomes influentes do partido, como o presidente nacional da sigla, Antônio Rueda, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

O deputado Fabio Schiochet (União-SC), relator do processo disciplinar que avalia a conduta de Sabino dentro do partido, deve se reunir com o ministro nesta terça-feira antes de finalizar seu parecer.

Segundo apuração, Sabino já decidiu que não deixará o cargo antes de dezembro e pretende apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 — uma posição que tem gerado incômodo em parte da cúpula do União Brasil, que integra a base do governo, mas mantém um posicionamento mais independente.

Mesmo assim, o ministro ainda tenta permanecer na legenda. Aliados afirmam que ele prefere seguir no União, mas, caso a expulsão se concretize, já considera outras opções. Pelo menos quatro partidos da base governista já teriam sondado Sabino.

Por Paraíba Master