Poupança tem novo saldo negativo em setembro e acumula resgates de R$ 78,5 bilhões em 2025
Marcello Casal JrAgência Brasil
A caderneta de poupança voltou a registrar mais saques do que depósitos em setembro, marcando o terceiro mês consecutivo de resultado negativo. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central, as retiradas líquidas somaram R$ 15 bilhões no mês.
No total, os depósitos realizados foram de R$ 356,6 bilhões, enquanto os saques chegaram a R$ 371,6 bilhões. Já os rendimentos creditados nas contas de poupança alcançaram R$ 6,4 bilhões. Com isso, o saldo total das aplicações segue pouco acima de R$ 1 trilhão.
O desempenho negativo em setembro reforça uma tendência observada ao longo dos últimos anos. Em 2025, o volume retirado da poupança já chega a R$ 78,5 bilhões. Apenas em maio e junho houve entrada líquida de recursos; os demais meses foram de retiradas.
Em 2023, a poupança encerrou o ano com resgates líquidos de R$ 87,8 bilhões, enquanto em 2024 o saldo negativo foi menor, de R$ 15,5 bilhões.
Entre os principais fatores que contribuem para o esvaziamento da poupança está a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano. A Selic elevada torna outros investimentos mais atrativos, o que incentiva os brasileiros a migrarem seus recursos para aplicações com maior rendimento.
Desde julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantém a Selic nesse patamar, após um ciclo de sete altas consecutivas. A decisão visa conter a inflação, que acumula alta de 5,13% nos 12 meses encerrados em agosto, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Com juros mais altos, o crédito fica mais caro e o consumo tende a desacelerar, o que ajuda a controlar os preços. No entanto, esse cenário também pressiona investimentos tradicionais como a poupança, que perde atratividade frente a outras opções de renda fixa.
Por Paraíba Master
